Postagens

Mostrando postagens de junho, 2011

E Viva a Cultura!

Imagem
As Lavadeiras de Caneças "A esperança é tão necessária ao homem como o próprio pão; comer pão sem esperança equivale a ir morrendo de fome a pouco e pouco. (...) (...) (...) (...) Mas se toda a mocidade se achasse satisfeita consigo própria e sem aspirações, então é que sem dúvida deixaria de haver esperanças quanto ao futuro da Humanidade. A esperança da Humanidade assenta na rebelião dos jovens contra o egoísmo individual, o nacionalismo e as desigualdades do presente. É no profundo descontentamento dos jovens de todos os países que deposito a minha fé. Peço-lhes, por isso, que se mostrem descontentes, imploro-lhes que se revoltem contra o que anda errado, não por meio de fracos e negativos queixumes mas por meio de fortes afirmações acerca dos direitos de toda a Humanidade. O maior prejuízo infligido aos jovens reside na educação que lhes têm ministrado. Com efeito, torna-se extremamente difícil lutar contra aquilo que nos ensinaram. (...)" In Para As Minhas Filhas Com Amo

Mudam-se os tempos mas não as tradições e mentalidades...

Imagem
Das estranhezas que o mundo tem acerca de nós... Às vezes, se vasculharmos autores e obras antigas, encontramos muitas referências ao que somos, ou pontos prenunciadores de caráter deveras enunciativos daquilo em que nos iríamos tornar, se consumados que fossem os séculos que nos separaram entre a pesquisa e a criação em causa. Talvez sejam apontamentos proféticos. Talvez não. Ao certo, de garantido e afiançado, é que são recuperáveis se para tanto nos assistir, não o engenho e arte, mas a lógica das comparações plausíveis e verificáveis a olho nu, quer dizer, transparentes e desprovidas de percepção motivada. Por conseguinte, neste universo da ecomimia – repetição automática mais ou menos difusa na mímica dos interlocutores políticos e sociais – semântica, creio ser frutífero desfraldar a surpresa, tal como já noutro tempo fez Nicolau Tolentino acerca das caraterísticas e traços de identificação entre portugueses e outros povos, nomeadamente espanhóis e nórdicos. “Passei o rio que tor

O Novo emboçado

Imagem
O Desavanço do Século XXI O NOVO EMBOÇADO Acontece sempre que a cor se oculta Entre as estevas da madrugada arguta Que o rosáceo timbre da rosa resoluta Ao desmaiar na sombra se afirma gruta… Ponto cardeal interno ao ser se tumultua E manifesta temido sob a eleita e astuta Sagacidade da ignara tribo cuja conduta Remonta às profundidades da ímpia luta. A uns, que sabida é a ambiciosa receita Tomam o poder para a outros aplicarem; E na noite se afoitam como secreta seita Que aos homens humilham dizendo serem A salvação na opressão que só lhes querem Dar; triste fado o de quem a si se enjeita! (Joaquim Castanho, 12.06.2011) É ensurdecedora a atitude amuada dos políticos "partidaristas" face à comunicação social depois das eleições de 5 de Junho. Não restam portanto dúvidas que, além dos quarenta e tal porcento de abstenções, mais os 75 mil nulos, incluindo as mensagens jocosas neles contidas, ficámos mais ou menos todos suficientemente esclarecidos do que pensa a maioria dos po

Será que agora é que isto muda?

Imagem
O Interior e a Sorte-Grande "Não tomando em desprezo o escuro estado em que me pôs Fortuna e Natureza, olhastes sem horror minha baixeza e fizestes sentar-me ao vosso lado. Então, de ingrata obrigação chamado deixei à força a companhia e a mesa; e inda cheio de ideias de grandeza, vim dar por tema um verbo conjugado. Não sei com dous opostos conformar-me; sofrem-me os grandes, sou taful e moço, não sei a «senhor mestre» costumar-me. Tais extremos, Senhor, unir não posso; de dous génios não sou. Mandai fechar-me ou a minha aula, ou o palácio vosso." Nicolau Tolentino, poeta português do século XVIII A principal característica do Interior é que continua a ser Interior mesmo quando fica de fora. De fora do discurso político; de fora do desenvolvimento sócio-económico; de fora de mão, quando se empreende caminho rumo ao futuro. Tanto quanto me apercebi, dos discursos presidencial como do do comissário da celebração do 10 de Junho, o primeiro recado de ambos foi dirigido aos polí

Regresso ao Passado Imaturo

Imagem
Voto e votarei, que ao rancho e ao pré, nunca faltarei A democracia participativa e da cidadania pode ou não assentar na democracia directa embora, disso não restam quaisquer dúvidas, ambas reconheçam que a representatividade seja um princípio para a democracidade sistemática e plena, um caminho para algo superior, e não um fim político em si mesmo. A abstenção é o antónimo inequívoco dela. A incompetência o seu descendente directo. O caos, a bancarrota, a destruição da sociedade e suas instituições fundamentais, a desumanização e as tiranias, as ditaduras e a destruição do Estado de Direito, a sua magna realização. Enquanto a matreirice e a esperteza saloia forem os valores premiados pela política portuguesa, dificilmente este país – tão desprezado por quem dele subsiste... – encontrará um rumo positivo e eficaz ou eficiente com destino ao desenvolvimento e sustentabilidade. E, independentemente das facilidades de acesso, crescente valorização na formação e desempenho, êxito na conclu

Do cientismo popular...

Imagem
Só Vendo! Em Portugal ninguém dá nada, nem troca, nem avalia, nem compara – só vende. Vende a alma, vende a esperança, vende o voto, vende o conhecimento, vende a amizade, vende a companhia, vende o prazer, a noite e o dia – e até a agonia. Haja o que houver, que ninguém pergunte por ou para quê: está à venda. Pese embora haja quem ainda insista em trautear, a propósito de tudo e de nada, o "ó tempo volta pra trás", as eleições nunca serviram, não servem, nem jamais servirão para enaltecer os passados, ideias ou tempos que sejam, mas sim para escolher os futuros; e muito menos serão qualquer boletim de totobola em que marcamos com X a equipa que achamos que irá ganhar, ou aquela que melhor castigará os adversários, sobretudo aquele que é o alvo favorito dos nossos desafetos, e a que somos afincadamente contra, pouco nos importando o porquê disso ou sequer tenhamos a certeza de ser exatamente por isso; antes sim, para eleger o projecto que melhor reaja às circunstância sóci

Apontamentos sem resposta...

Imagem
Os Novos Considerandos de Uma Lei Que Nos Desconsidera Consideravelmente Este tempo não é, garantidamente, o mesmo tempo em que os ditos revolucionários de então convulsionaram o mundo e romperam as amarras do seu tempo: é outro, e os que agora lutam são igualmente outros, batem-se por outros valores e conquistas, bem como assumem as suas responsabilidades diferentemente porquanto a motivação e objetivos almejados têm muito pouco dos da década de setenta do século passado. Há também quem suponha que as amarras de que se libertou estão definitivamente submersas sob os plafons (virtuais) da derrota, nomeadamente nos decretados pela Troika(:carestia, perda de poder de compra e sobrecarga nas contribuições, subida das taxas de juro, inflação e desemprego agravados, redução do Estado e consequente Reforma Administrativa), o que é outra descarada mentira, bem-intencionada certamente, todavia não o estão, mas sim alteradas noutras estirpes, quais bactérias e vírus sociais que ganharam novos f