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NA JANELA DO TEMPO
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NA JANELA DO TEMPO Georgina Ferro Capa de Raquel Gil Ferreira s/ foto de Abel Cunha Edições Colibri 234 Páginas Lisboa, julho de 2024 O s textos simples são muito complicados. Sobretudo se pejados do linguajar popular das nossas gentes que, de terra em terra, não obstante o limitado dicionário que normalmente é apenas composto pelo léxico do quotidiano aldeão, dão aos termos sentidos práticos e significações diferentes, matizando palavras iguais conforme o uso que as pessoas e os tempos lhe vieram concedendo. Mas é exatamente essa alteridade, essa variação, essa cor local [1] , essa elasticidade, que enriquece a língua portuguesa e nos exercita na capacidade de raciocínio, associação e entendimento a propósito de quem somos, ou como fomos evoluindo (paulatinamente, entre dizeres e afazeres. E umas vezes com uns, outras vezes por outros – ou vice-versa). Crónicas [2] , bilhetes [3] , cenas [4] , poemas [5] ou cantiga [6] , cartas [7] , episódi
MARINHO DAS MEIGUICES
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MARINHO, UM FALSÁRIO NO ALENTEJO Jorge Branco 224 Páginas Edições Colibri, julho 2024 N aquele tempo viver dentro da lei era contribuir para a opressão dos seus vizinhos e familiares. E não cumprir a lei, desde que fosse para sabotar os desígnios dos poderes instalados, era considerado um comportamento de lesa pátria ou traição a ela. Mesmo que o fizessem apenas por dinheiro, coisa apolítica que seria apenas legítima para os defensores do sistema e ordem pública, para singrar na vida ou sair da mediocridade e provincianismo tacanho. Pelo que este livro pode ser visto como uma epopeia pícara de um habilidoso meliante filho de droguista da Outra Margem à beira-Tejo, e de uma mariarrapaz alentejana, Matilde Maria Palma [1] , uma criança que prometia dar luta à morte, vaticino que se evidenciara pela apetência com que se agarrara à teta da mãe na sua primeira refeição fora do ventre materno, filha de um latoeiro ratinho que se fixou no Alentejo interi