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Mostrando postagens de junho, 2021

HERDEIRA DE COLOMBO NA ILHA DOURADA

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  Acerca deste livro, como de seu autor, afirma (no Prefácio: Nostalgia do Futuro) Casimiro Santos, Professor de História, que “miscigenando a ficção e a etnografia comparada a cada passo, Gabriel Raimundo coloca as suas verosímeis personagens, num quadro utópico sonhado na base da vida real, apontando um futuro em que, parafraseando o Agostinho da Silva, a utopia deixará de o ser para se tornar realidade. Estas personagens vão-se revelando ao leitor, movimentando-se numa tela de grande reportagem etno-jornalística em que o realismo fantástico assoma a cada passo, ancorado na vida. São personagens de grande riqueza humana, que de riqueza material, quase todos pertencem ao povo trabalhador e muitos comeram o pão que o diabo amassou nesses tempos da travessia náufraga de 48 anos e noutras travessias ainda mais recuadas no tempo. Mas, para a festa também há espaço. Assume um tom pitoresco a roçar o humorístico numa linguagem descritiva aquiliniana, do século que vivem

ELINA GUIMARÃES

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  A atenção aos demais não é favor que lhe fazemos: é uma obrigação que lhe devemos. Quem lê sabe isso desde os primeiros livrinhos de estórias. Na pior das hipóteses, ou porque leram distraídos e sem a concentração suficiente, se não o registou na memória com as primeiras narrativas, memorizo-o com as segundas. Se não o fez também nessas, é porque é mais um leitor ou leitora rã. Quer dizer, mergulha [no oceano do texto e da leitura] mas não se molha, pois a sua carapaça caraterial não deixa repassar nada. E são dignos de dó, dignas de compaixão… Portanto, para as pessoas que não têm medo de molhar as asinhas da ingenuidade, proponho uma visitinha ao interior do livro ELINA GUIMARÃES: Uma Feminista Portuguesa, vida e obra (1904\1991) ; para as restantes, não proponho absolutamente nada, que “quem morre porque quer, não se lhe reza por alma”, como costuma dizer o nosso povo, considerando que se às vezes é rude e áspero, é por saber que lhe andam a querer fazer o ninho d

Barbara Pravi - CHAIR Subtitulada espanol

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EDUCAÇÃO um tesouro a descobrir

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  “Dado que oferecerá meios, nunca antes disponíveis, para a circulação e armazenamento de informações e para a comunicação, [o século XXI] submeterá a educação a uma dura obrigação que pode parecer, à primeira vista, quase contraditória. A educação deve transmitir, de facto, de forma maciça e eficaz, cada vez mais saberes e saber-fazer evolutivos, adaptados à civilização cognitiva, pois são as bases das competências do futuro. Simultaneamente, compete-lhe encontrar e assinalar as referências que impeçam as pessoas de ficar submergidas nas ondas de informações, mais ou menos efémeras, que invadem os espaços públicos e privados e as levam a orientar-se para projetos de desenvolvimento individuais e coletivos. À educação cabe fornecer, dalgum modo, a cartografia dum mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permita navegar através dele. Nesta visão prospetiva, uma resposta puramente quantitativa à necessidade insaciável de educação – uma ba

A VIDA NOVA

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  “ Um dia li um livro e toda a minha vida mudou. (…) (…) Estava sentado à mesa e, num recanto do meu cérebro, sabia que estava sentado ali, que virava as páginas e que toda a minha vida mudava à medida que lia palavras novas, virando novas páginas; sentia-me tão pouco preparado para tudo o que iria acontecer-me, tão desarmado que, ao cabo de algum tempo, desviei os olhos, como que para me proteger da força que jorrava das páginas. Foi com terror que notei que o mundo à minha volta se transformara completamente, e invadiu-me um sentimento de solidão que até então nunca experimentara – como se me achasse sozinho num país de que ignorava a língua, os costumes e a geografia. (…) (…) Os meus olhos deslumbrados pela luz já não podiam separar o universo que existia no livro do livro que existia no universo. (…) O livro descobrira e trouxera à superfície um tesouro perdido, que dormia desde há séculos no fundo das águas, e eu tinha vontade de dizer tudo o que descobrira n

livros novos - A BOLSA DAS MARMITAS

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  A BOLSA DAS MARMITAS é uma novela policial, mas jocosa. De costumes, mas divertida. De crítica social, mas sem magoar ninguém. Que promove uma região, mas nunca a nomeia. Que está pejada de realidade por todas as sílabas, mas como espelho dela. Carrega consigo o peso da atualidade duma terra (Casal Parado) dividida em quatro: a parte de cima e a parte de baixo; o lado direito e o lado esquerdo. Mas igualmente um romance de afeto e paixão entre duas personagens essenciais: Ludgero Campaniço e Eslovákia Hirondina. O primeiro, oriundo da grande família dos Ninguém-Tem-Nada-Com-Isso; e a segunda, natural de New Ville, que é uma terriola que fica para lá do Canadá. Todavia, não posso adiantar mais nada… Em breve estará entre nós, e cada leitor ou leitora o poderá constatar por si mesmo, por si mesma.                                    O autor                      Joaquim Maria Castanho

História Policial

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  HISTÓRIA POLICIAL É uma narrativa (conto, novela ou romance) em que um detetive decifra um mistério, mediante a conjugação e interpretação de indícios. A história policial teve a sua origem em 1841, com a publicação do conto de Edgar Allan Poe O Duplo Assassino da Rua da Morgue ; Poe consolidou firmemente o novo género literário escrevendo vários outros contos de caráter semelhante. As convenções deste género de passatempo sem grandes pretensões literárias incluem certos aspetos de pormenor, tais como a perfeição do crime, a estupidez da polícia, a argúcia ou perseverança do investigador e um desfecho impressionante. É uma regra básica da história policial que o leitor seja posto a par de todos os indícios que possam conduzir a uma solução, à medida que o detetive os vai conseguindo obter. Num sentido muito limitado, pode dizer-se que Sófocles e Shakespeare foram autores de histórias policiais, uma vez que, tanto no Rei Édipo como no Hamlet , se nos depara um heroi

Redesenhar a Voz

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  A poesia é a arte das artes. PORQUÊ? Porque com todas elas, ela convive, sem nenhuma ofuscar, mas antes completando, e acrescentando valor, como sucede com a música, com a pintura, com o teatro, com o romance, com o cinema, com a fotografia, com a escultura, com a arquitetura, com a paisagística, com a pedagogia, com a didática, com o desporto, com a gastronomia, com a decoração urbana, com a decoração doméstica, com a filosofia, com as ciências, com as ideologias, com a política, com a história, com o moderno, com o antigo, com o exotismo, com o esoterismo, com a cibernética e com a semiótica. Com o design e com TV. Quando Bob Dylan, num passado ainda recente, foi laureado com o Prémio Nobel da Literatura, enquanto poeta, estendeu esse prémio a outra arte: à música. Quando foi atribuído, a Gabriela Mistral, nos meados do século passado, o Prémio Nobel da literatura, ela estendeu-o ao magistério primário, à pedagogia e à didática. Quando no quotidi