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Mostrando postagens de dezembro, 2008

Carreiras Sem Transportes

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Estatuto da Carreira Docente Decisão Negociada ou Discutida? Maria da Conceição Castro Ramos 256 Páginas Na evolução da sociedade, que após a Revolução Industrial já fez diversas (trocas) mudanças de camisa, tal como da sociedade de produção se transformou em sociedade de consumo, de sociedade de consumo em sociedade de comunicação, de comunicação em informação, e agora, depois da passagem ao novo milénio e ao século XXI, estamos à beira doutra vernissage , uma vez que se avizinha (sob croquis ) a sociedade da cidadania, que irá estabelecer uma nova ordem de valores, além de um novo – e desejável – posicionamento social dos agentes educativos e socializadores. E, claro está, com eles, os “principais” protagonistas da comunidade educativa, o corpo docente. Sob esta perspectiva, importa repensar e sem eufemismos corporativistas o Estatuto da Carreira Docente, não só com base nas teorias que formatam hoje os modelos decisionais em Administração Pública, mas também ao nível das participa

Duplo Crime na Rádio e Caçada ao Sr. X, de Rex Stout

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Duplo Crime na Rádio e Caçada ao Sr. X Rex Stout Trad. L. de Almeida Campos 424 Páginas – Volume duplo 1. No decurso de uma emissão radiofónica, patrocinada por uma marca de refrigerantes, um dos presentes morre envenenado enquanto se cumpre a "ritual" bebericação da dita. Quem foi que o assassinou e com que motivos? Para todos, inclusive para a polícia, o problema é insolúvel. Acredita-se que nem a vítima saberia, ao certo, quem a matou. Só que Nero Wolfe, o paquiderme das orquídeas, o sedentário e obeso detective, precisa de pagar os impostos e o dinheiro advindo da resolução do caso faz-lhe imenso jeito. Secundado nas tarefas de exigência física, e movimento, pelo seu braço direito (e esquerdo) Archie Goodwin, porém apoiados ambos nos energéticos bastidores, na retaguarda ou trincheira da cozinha, por Fritz, um nome que lembra as batatinhas estaladiças, intenta bater a polícia na corrida à desmascaração do homicida, embora esta já disponha de considerável avanço de tempo (

Vinte Mais Dois, de Frank Gruber

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Vinte Mais Dois Frank Gruber Trad. Catarina Rocha Lima 192 Páginas Eis mais um típico caso de investigação – leia-se, p.f., narrativa – em Y . E fartam-se de acontecer coisas singulares que agitam a história e nos obrigam a estar-lhe atentos. Mas a superiormente extraordinária reside no intricado da trama, penteado e pontuado ao género travesti – que se transforma noutro género que não aquele em que se anunciam as personagens e primeiras cenas) de policial virado em cor-de-rosa choque, no qual o detective não serve de modelo para nada, nem pela moral, nem pelo físico (que está todo roto por causa da guerra e da má vida que levou nela), e muito menos manifesta na personalidade outras qualidades que não sejam a tenacidade, perseverança, insistência e a teimosia que raia a burrice, além de uma estranhíssima vontade de se atirar aos riscos levando por única bagagem a sorte – se calhar era descendente de portugueses! –, precisamente aquela que assiste popularmente ao ditado que dita que

Comédia Eufrósina

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Comédia Eufrósina Jorge Ferreira de Vasconcelos Teatro – 160 Páginas Há uma ideia feita – aqui desfeita –, nos bastidores da cultura – talvez inculta... –, de que a poesia é para se declamar, o teatro para representar e os romances para ler (e publicar), assaz disseminada pelas confrarias da intelectualidade conventual e pacóvia do branco é, galinha o põe ! Ora, além de feita, a ideia é estupidificante. E para provar que nem só de sentimentos serôdios e retornados vive o universo literário e livresco português, veio a Colibri a terreiro e colocou em cena, nos escaparates, uma colecção de teatro, cujo número foi, nem mais, que uma adaptação de Silvina Pereira e Rosário Laureano Santos, aliás anteriormente representada pela companhia de teatro MAI Z UM, ali ao Bairro Alto, no Convento dos Inglesinhos, pela recôndita Lisboa de 1995, com estreia em 27 de Março. E do posto fica que, quem viu, viu; quem não viu... pode ler! Nesta peça, que denota inegáveis influências literárias renascentist

Sem Piedade!, de Miriam Ali

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Sem Piedade! A Luta de uma Mulher Conta a Moderna Escravatura Miriam Ali (com Jana Wain) Trad. Mário Dias Correia 280 Páginas Dentro da Literatura de Impacto Social (LIS, pròs mais chegados e atentos), e na mesma linha de Vendidas!, de Zana Wain, Meu Amo e Senhor , de Themin Durrain, ou Sultana, A Vida duma Princesa Árabe , de Jean P. Sesson, Sem Piedade! é simultaneamente uma crónica de costumes, uma reportagem, um diário, uma biografia, uma obra literária, um testemunho e um documento comprovativo de como a Idade Média conseguiu romper os limites do tempo e avançar incólume até ao presente da humanidade – indissimuladamente, e sem qualquer receio das instâncias judiciais (planetárias) ou da moral e poder do establishment. Em resultado da sempre (desejável) crescente democratização do mundo, a estética da LIS é a suprema expressão artística da denúncia, cujo desenvolvimento e evolução está na razão inversa aos postulados e axiomas da Declaração Universal dos Direitos do Homem e d

As Férias de Poirot, por Agatha Christie

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As Férias de Poirot Agatha Christie Trad. Fernanda Pinto Rodrigues 216 Páginas Uma coisa é desejar a morte de alguém e outra, muito diferente, é matá-la, com o dito e feito em efectivos da situação. Todavia, no caso deste desejo coincidir com a circunstância, assaz misteriosa, de um estrangulamento eficaz, então quem teve a intenção mas não cometeu o acto, substitui-o pelo sentimento de culpa correspondente, e passa a acreditar cegamente na força da magia. As influências do mal, a fabulação delirante, a incerteza nos sentidos e a crise de identidade sobrevêm sorrateiramente a exigir o castigo para sua (pseudo ou imaginada) falta, favorecendo ao criminoso (real) a absolvição e fornecendo às autoridades um culpado. Se... Isto é, se no enredo, na trama, não entrasse também a invulgar perspicácia de Hercule Poirot, esse personagem pequenino com sotaque belga e cabeça de ovo de Páscoa, de bigode caprichoso milimetricamente aparado. Porque então a tramóia vai para o brejo, afunda-se, o moti

Três Receitas Celestiais

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Papos de Anjos 9 gemas e ovo 2 claras Açúcar q.b. Batem-se com força as gemas até ficarem num creme grosso mas macio e fofo. Deitam-se-lhe em cima as claras batidas em castelo. Deita-se depois tudo numas forminhas bem untadas com manteiga e põem-se a cozer em forno bem quente. Numa calda de açúcar bem perfumada com calda de laranja molham-se na altura própria os papos de anjos. Convém em seguida pegar neles com muito jeitinho, para que não se deformem, depositá-los num prato fundo e cobri-los com o resto da calda. Toucinho do Céu 500 gramas de açúcar 115 gramas de doce de chila 115 gramas de amêndoas raladas 20 gemas de ovo 1 colher de chá de canela Deita-se o açúcar num tacho, a chila e um pouco de água, e leva-se ao lume até ficar em ponto baixo. Junta-se-lhe a amêndoa e volta a pôr-se tudo outra vez a ferver até fazer ponto. Interrompe-se um pouco para acrescentar as gemas fora do lume, mexe-se bem novamente e leva-se de novo ao lume, até tornar a fazer ponto. Tira-se então do lume

O Adeus às Armas, de Ernest Hemingway

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O Adeus às Armas Ernest Hemingway Tradução e prefácio de Adolfo Casais Monteiro 328 Páginas Do laureado autor que foi igualmente aquele a quem a Literatura Universal deve o facto de ter deixado de ser apenas mais um coloquial artifício, argumento de ideologias e moralidades, para passar a ser uma conversa a dois, cuja mais-valia se edifica na cumplicidade e empatia através da fluência narrativa, que já no jeito de Carson McCullers, derivava mais do arrolamento factual do que da confidente interpretação subjectiva dos sentidos e dos sentimentos, emoções e valores, mas antes obrigando o leitor, por exemplo, a reconhecer o afecto ou sentido como resultado das condições e circunstâncias explanadas, descritas, enunciadas e vistas, sob a exibida visão do narrador como dos personagens, razão essa por que se disse que essencialmente o Prémio Nobel não lhe terá sido concedido em vão, conforme ainda é reafirmado em alguns sectores da crítica, este livro não carece de divulgação nem precisa de re