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Mostrando postagens de 2020

MEMÓRIAS E VIVÊNCIAS DE PAIXÃO - ANTOLOGIA

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  MEMÓRIAS E VIVÊNCIAS DE PAIXÃO (Antologia) Coordenação de Fernando Mão de Ferro Edições Colibri Lisboa, dezembro de 2020 A grande viagem, a grande aventura que é a vida de cada qual, consuma-se passo a passo, capítulo a capítulo, conto a conto, cena a cena, parágrafo a parágrafo, frase a frase, linha a linha, e dessa história às vezes nascem estórias, sobretudo para aqueles e aquelas que se não esqueceram de as registar de forma a que, quer eles e elas, quer nós, a elas pudéssemos recorrer sempre que a inquietação, o desassossego existencial, nos espicace a curiosidade e o talento. Sim, talento, digo bem!, porquanto é preciso uma pessoa ter genial talento para querer saber como é que alguém, de sua igual humanidade, se sentiu ou se desenvencilhou, desta ou daquela alhada em que se meteu, para que foi atirado, ou atirada, deixando-lhe a alma em pleno voo, mas a que nunca pode valer qualquer contrapicado, ainda que fantasista. Descer à terra é a única h

REDESENHAR A VOZ

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  Com publicação no mês de dezembro, pelas Edições Colibri, eis o novo livro de Joaquim Maria Castanho, REDESENHAR A VOZ, composto por 226 poemas, em 288 páginas, onde o autor reflete sobre as vivências do dia a dia de sua realidade citadina. 

#DADINHA DÁ UMA LIÇÃO AO LÁPIS VLUP-VLUP, o valentão das dúzias

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DADINHA DÁ UMA LIÇÃO AO LÁPIS VLUP-VLUP,  o VALENTÃO DAS DÚZIAS A literatura não tem idades nem compartimentos estanques. Os melhores livros que a humanidade gerou, embora tenham sido escritos há séculos e séculos atrás, hoje em dia, continuam legíveis e com significados plenamente consciencializáveis para os homens e mulheres da nossa atualidade. Continuam a interessar o grande público que os tornou clássicos. Porém, essa dedicação aos títulos e autores imortais, não limitou, secou, impossibilitou o aparecimento de novas obras, e, algumas até bastante controversas, não deixando por isso de se tornarem também clássicas. Também em literatura “o caminho se faz caminhando”. Cada qual que cria, dá o passo conforme a perna, e produz conforme crê ser melhor para quem lê, não só, para dessa criação poder usufruir com prazer, mas igualmente com enriquecimento humano. Dadinha Dá Uma Lição ao Lápis Vlup-Vlup – o Valentão das Dúzias, segue-lhes na peugada,

ALVA LUZ, AMENO CLIMA

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  ALVA LUZ, AMENO CLIMA Mergulho em recordações… Abro a voz pra respirar-te. Redesenho-te por secções Onde as partes são ambiente Unidas até serem arte, Sentidas até serem gente. Não há mar que te desconheça Não há céu que te não cante, Nem sentir que te desmereça Mesmo se estás distante. Esse ora assim destilado Serenidade (e exatidão), Quase afeto amassado Com o cuidado de tua mão Que assina por bem, no final O teu olhar, meigo e plural, Que traz o céu salpicado De azul só entre as nuvens Cinza e branco prateado Entre as folhas e as vagens Entre verde o casario Quase suspenso dum fio... Jardim pra que não há margens, Nascente pra mais que um rio. E que, por que assim, sendo A vida aí não esgota Ainda que ocasos tendo, Vai subindo, vai descendo Balanceado na rota. Como por laivos de prata, Como um céu de platina, O

#TER ou NÃO TER #JUÍZO

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 TER OU NÃO TER JUÍZO Se vires chegar a gaivota com o bico aloirado de sol, não estranhes; ela me anuncia. Se vires o pôr-do-sol raiado de violetas e uma brisa que vem do sul, não estranhes; eles me anunciam. Se vires uma criança descalça e desnuda correndo pela relva do Jardim do Palácio, não estranhes; ela me anuncia. Se vires algum velho sem-abrigo lambiscando a beata nos dedos amarelados, não estranhes; ele me anuncia. Se vires o louco profeta de barbas despenteadas e sujas discursando contra o consumismo exagerado, a energia nuclear, os Trumps e Bolsonaros na nossa COVID 19, não estranhes; ele me anuncia. Se vires o cão esquelético e faminto como pool de todos os abandonados do mundo, não estranhes; ele me anuncia. Se vires um papiro esvoaçando sobre a multidão mecanizada, não estranhes; ele me anuncia. Se vires cair da janela anónima uma fotografia rasgada, não estranhes; ela me anuncia. Se vires os teus olhos bril

NUVENS DA VIDA

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AS NUVENS DA VIDA “No espelho da visão está a segurança da verdade” – Código Visigótico I, 1-2 Na realidade diária, a nossa planificação, previsões, antecipações, palpites, são parte intrínseca ao querer consciente, emancipado, responsável; porém, por mais que nos exercitemos nelas isso não significa que iremos ter êxito garantido ou observação confirmada, e que, salvo nos espaços-quando onde se verifique refletida uma acentuada monotonia e pacatez, o acaso não nos pregue a peça e as surpresas sucedam. Às vezes é o canto de uma ave; outras, um sorriso em que reparámos pela primeira vez, embora vejamos a pessoa que o deu com frequência e, até, repetidamente ao longo dos dias. E outras ainda, um tropeção no escuro, exatamente no momento em que nos deslocávamos de uma sala para a contígua, pé ante pé, com o máximo cuidado para não fazer barulho. O acaso é profícuo em casualidades. Então, ao reconhecê-lo, tentamos limitar-lhe

#BAILIADALUA-CHEIA

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    BAILIA DA LUA-CHEIA                   (em Marmelete) Dança, dança, lança teu olhar silente Diz aos pomares, hortas, alfarrobais As saudades, hinos que o luar sente Se dedilham frondes em sebes ancestrais. Protegem ninhos, são raiz, são semente. São passos, são caminhos, meio estivais Que o luar partilha com quem alente Mal a lua brilha sobre casas e quintais. Estendem capas entre o aqui e o além, Que a hora que chora é acorde também. Dão luz ao direito d'investir, dolente Nas sombras, para ter contornos muito seus A fim de que o fértil chão siga em frente Pleno de sereias, fadas – sonhos meus! Joaquim Maria Castanho Com foto de Mia Teixeira

A TOQUE DE CAIXA

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A TOQUE DE CACHA/CAIXA Os pontos cardeais que orientarão os homens do leme, na viragem da sociedade portuguesa na década de 20-30, estavam definidos desde há muito tempo, pese embora a classe dirigente não tenha sido suficientemente lesta e habilidosa na manobra, em transpo-los do papel para a navegação sócio-política quotidiana: Energias renováveis, mobilidade elétrica, adaptação às alterações climáticas e economia circular. A Covid19 veio acabar com a (des)habilidade canhestra e pachorrenta, pôr a massa crítica em sentido, os agentes económicos a mudar de atitude, os serviços sociais e tecido institucional a arregaçar as mangas e as tecnologias da informação e da comunicação a meterem as os dígitos na massa. Ou seja, mais uma vez, e à semelhança de anteriores apertos, tal como a presença filipina, as invasões francesas, a gripe espanhola, as guerras mundiais, a eclosão dos movimentos de libertação colonial, o movimento das forças armadas 25A, a sociedade portuguesa só age sob a