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Mostrando postagens de julho, 2015

ÉLAN VITAL

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ÉLAN * VITAL Quando o ser me estremece E, cansado de não-ser, bate no fundo, Procuro em teus olhos Os olhos que me ensinaram o mundo… Então, resolutos abrem caminho, Abatem dúvidas, afastam escolhos E o mundo seco rejuvenesce; As árvores ganham cores, ramadas Viçosas, onde as aves fazem ninho E as palavras pululam em chilreada. E digo para comigo, em autocensura: «Ora!, onde o perigo, se não era nada… Porquê tal castigo, tamanha secura?!» E a verve esquecida, envergonhada Volta a fluir para irrigar o ego rotundo Como sempre fez essa mesma mirada Quando me ensinou a olhar o mundo. Joaquim Castanho *  ÉLAN VITAL, expressão criada por Bergson e que aparece sobretudo na Evolução Criadora (1907). Esta noção, enquanto impulso vital, designa o impulso fundamental da vida tal como se manifesta na evolução, inventando a partir da matéria inerte formas biológicas capazes de adaptação e tendendo para uma complexidade crescente. O impu

EXÍGUA BRISA

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EXÍGUA BRISA Todos os poemas já foram escritos. Estão é ocultos por camadas de pó… Os poetas mais sábios e expeditos Vão à tábua dos tempos soprá-los só. Seu fôlego não precisa de ser forte. Seu olhar não carece de precisão. Devem apenas ágeis arredar a morte, Enquanto os escrevem com a outra mão. Além disto é querer roubar os deuses, Tirar-lhes poderes sobrenaturais Com que a humanidade tenta às vezes Esquivar-se ao fado dos mortais. Joaquim Castanho