Exígua Mandorla
Exígua Mandorla Sei que desces a rua quando te pressinto a descê-la Há uma auréola que desce a par contigo também O odor deslaça ondulante por entre a multidão Em brisa de silêncio expectante, majestade única. As brancas flores das amendoeiras estremecem As rendas dos cortinados dançam novos contornos Outras formas nunca antes imaginadas sequer. As salvas de prata expelem vítreos reflexos, cintilam A ideia outrora vaga capricha agora, torna-se sólida Geométrica, ovo de prosperidade em mágica criação Onde germina sempre, quase no imediato das vozes Uma parábola de esgar, soslaio de tradicional inovação Na crosta breve das crenças extintas mas eruptivas. Então assomo do nicho azul onde fetal me aninho E desço atrás de ti a liberdade até à porta da casa dez A que, entretanto, no jardim junto ao lago octogonal Alimentamos peixes de jade com migalhas de luar Que baloiçam entre os lótus até ao fundo cristalino. São esses os momentos preciosos que me foram incrustados No anel do peito em que