O RETORNO DO VENCIDO
O RETORNO DO VENCIDO Por JOAQUIM CASTANHO Afinal, somos uma silhueta longínqua, que esforçadamente tentamos distinguir no horizonte... Resumimo-nos no olhar, no gesto, na fala. Em cada três palavras, uma, a de maior expoente, é falsa ou inconsciente. Temos o privilégio da ingenuidade e sabemos a plástica que nos corre nas artérias sinuosas colorindo o anatómico espectro. Possuímo-nos mais quando pertencemos integralmente, em entrega total e absoluta, a alguém, mesmo que continuamente apostemos em mudar, por sabermos que o/a nos não merece (definitivamente). Gostamos de nos distrair com bons oradores, com recordistas, com feitos humanitários e progressistas, com arrebatadoras obras de arte, desde a pintura à música, passando pelas restantes outras, mas o que sincera e profundamente adoramos é o silêncio – a magia do silêncio... Aqui já se acabaram todos os anseios. Liberdade? Sabedoria? Imaginação? Poder? Nada significam! Como a pequena bola que se despenhou do