DA NATUREZA DA POESIA
DA NATUREZA DA POESIA
Poesia não rima com sexismos
E nada sabe de sacanagem,
Nem das portas fechadas dos ismos
Do poder, e moedas em cunhagem.
É inocente sem ser ingénua,
Vagabunda mas também exigente;
É requintada quando ‘tá nua,
E vocífera se meiga sente.
Cala, sobretudo se muito quer,
E diz principalmente por desdém.
Mas tem jeito felino de mulher…
E se cicia «sou tua» pensa «de ninguém».
J Maria Castanho
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