HERDEIRA DE COLOMBO NA ILHA DOURADA
Acerca deste livro, como de seu autor, afirma (no Prefácio: Nostalgia do Futuro) Casimiro Santos, Professor de História, que “miscigenando a ficção e a etnografia comparada a cada passo, Gabriel Raimundo coloca as suas verosímeis personagens, num quadro utópico sonhado na base da vida real, apontando um futuro em que, parafraseando o Agostinho da Silva, a utopia deixará de o ser para se tornar realidade. Estas personagens vão-se revelando ao leitor, movimentando-se numa tela de grande reportagem etno-jornalística em que o realismo fantástico assoma a cada passo, ancorado na vida. São personagens de grande riqueza humana, que de riqueza material, quase todos pertencem ao povo trabalhador e muitos comeram o pão que o diabo amassou nesses tempos da travessia náufraga de 48 anos e noutras travessias ainda mais recuadas no tempo. Mas, para a festa também há espaço. Assume um tom pitoresco a roçar o humorístico numa linguagem descritiva aquiliniana, do século que vivem