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Mostrando postagens de janeiro, 2012

LUZIA, uma escritora que amava a sua terra, mas ela nunca lhe reconheceu a sua arte e personalidade...

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CARTAS DE UMA VAGABUNDA a LUZIA Que belas cartas! Que suaves linhas! São «Vagabundas», boa amiga? Qual! Todas se voltam para Portugal, Como voltam de longe as andorinhas. Ora, tão altas, como as estrelinhas, Em viva nebulosa espiritual; Ora soluços de água; ou roseiral; Ou sol cantando entre a seara e as vinhas. Senhora de Lourdes e de França Acaso entende a nossa língua? Alcança Que falam dela? Talvez não, talvez… Mande-lhe as “Cartas”, Santo António é luso E lhe dirá: – «Deixai, que eu vos traduzo… Que pena não saberdes português!» ANTÓNIO CORREIA DE OLIVEIRA

LUZIA, uma escritora portalegrense que os portalegrenses quase desconhecem...

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Ribeira Formosa – 6 de Outubro Aqui estou enfim, saboreando as apetitosas migas, esquecendo a civilização e fazendo as pazes com a vida. Não sei se a Joanninha anda de bem com ela… Eu andava de mal há muito tempo. Os homens – que é como quem diz também as mulheres… – tinham-nos indisposto. Estas árvores, esta divina solidão, no abençoado silêncio, a saudade mais viva «das queridas vozes que se calaram» e… tantas outras coisas deliciosamente indefinidas, estão-nos reconciliando. Por amor da beleza da terra perdoo a fealdade do coração dos homens – pode sempre acrescentar mulheres, que, entre os dois… E pela doçura de tudo o que fica, esqueço a amargura de tudo o que passa. Não será duas vezes o mesmo coração em que pus o meu desejo, a minha esperança, mas daqui a muitos anos, se eu voltar, as mesmas sombras discretas me acolherão e, como agora, a terra me sorrirá pacificadora e linda. Il fait bon … Sirvo-me da doce expressão francesa porque não encontro nenhuma em português que diga tan

E viva a língua portuguesa de torna-viagem!

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O PÁSSARO EXÓTICO E A ABELHINHA SALOIA Em egípcio, gato diz-se «miau». Ora, a novidade!... Isso, até os nossos bebés gatinhantes sabem! Afinal, não é essa a onomatopeia que mais usam para o chamar? Ao gato – digo eu! Não há dia nenhum que não aconteça algo imprevisível a quem anda ao deus-dará. Ora lhe calha implicarem-lhe com os costumes, ora com as expressões, como com as companhias. O certo é desagradar a muitos, ser indiferente para alguns, tolerado pelos demais, e estimado pela família (mais chegada, ou dos que diretamente de si dependem). Porém, isso não aquenta nem arrefenta quem tem o brio e autoestima levantados ao pulso da cegueira de quem não sabe que, como reitera a voz popular, é bem pior do a que de quem não vê. Não havendo a mínima razão para gostarmos de nós, sobretudo pelo que de inconfessável acerca de nós mesmos sabemos, desde as observações escatológicas aos erros e vergonhas inauditas, tentamos enlamear os nossos vizinhos com a peçonha de nosso existir, e vai daí q