LUZIA, uma escritora que amava a sua terra, mas ela nunca lhe reconheceu a sua arte e personalidade...

CARTAS DE UMA VAGABUNDA
a LUZIA

Que belas cartas! Que suaves linhas!
São «Vagabundas», boa amiga? Qual!
Todas se voltam para Portugal,
Como voltam de longe as andorinhas.

Ora, tão altas, como as estrelinhas,
Em viva nebulosa espiritual;
Ora soluços de água; ou roseiral;
Ou sol cantando entre a seara e as vinhas.

Senhora de Lourdes e de França
Acaso entende a nossa língua? Alcança
Que falam dela? Talvez não, talvez…


Mande-lhe as “Cartas”, Santo António é luso
E lhe dirá: – «Deixai, que eu vos traduzo…
Que pena não saberdes português!»

ANTÓNIO CORREIA DE OLIVEIRA

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