CANTO DE JARDIM Há, no fundo deste velho jardim, um canto que faz as minhas delícias. Ensombrado pelas árvores dos quintais vizinhos, tem qualquer coisa de misterioso como os bosques… A erva cresce entre o musgo. Aqui e ali, surge, na sua haste delgada, uma papoila vermelha. Contra o muro vivem, exuberantes, a hera, o alegra-campo e, onde pode surpreender um raio de sol, debruça-se, miudinha, clara, uma roseira de toucar. No inverno, cheira a violetas, a terra húmida. Na primavera, tem um perfume especial de erva fresca, de folhas tenras. O rouxinol, que ama o mistério e a sombra, escolheu este canto do jardim, para nele exalar as suas lágrimas musicais, as suas harmoniosas queixas… Se eu tivesse a voz do rouxinol, era ali que chorava, que me queixava também… Portalegre, junho 1922. In LUZIA, Almas e Terras Onde Eu Passei , Edições Europa, pág. 37. Lisboa, 1936
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Mostrando postagens de abril, 2012
LUZIA, escritora portalegrense
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AQUI VENHO CONTAR-TE AS MINHAS AVENTURAS (E DESVENTURAS) "Os homens fizeram as leis deste mundo, tudo a seu gosto. Eles são os senhores. Quando mesmo tenham menos talento, menos dotes do que nós, podem aspirar à Glória, ao Poder, a tudo. Nós, a nada. Para sermos alguma, é preciso ficarmos sempre simples mulheres. Ne soyons rien pour rester quelque chose. " In FELICIANO SOARES, Luzia – Espectadora das Comédias do Mundo, citando Luzia, num excerto de Lições da Vida. OS QUE SE DIVERTEM e RINDO E CHORANDO ainda não podem ser consideradas obras elucidativas da originalidade literária de Luzia, porquanto o não são, mas sim como exercícios de estilo exemplares onde a autora giza, delineia, aponta e estabelece os pressupostos gerais do seu discurso, que assim é sujeito a uma depuração contínua através da repetição exaustiva, até este se transformar no diamante lapidado cuja mestria de excecional ficionista é observável em ALMAS E TERRAS POR ONDE EU PASSEI, A ÚLTIMA ROSA DE VERÃO e DI
Convite para todos e todas a participar em Momentos de Poesia
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JOAQUIM CASTANHO E LÍDIA GODINHO em MOMENTOS DE POESIA Conforme tem sido habitual, de algum tempo a esta parte, acontecem Momentos de Poesia todos os meses na Biblioteca Municipal de Portalegre, mais precisamente ao segundo Sábado de cada mês, pelas 16 horas, sob a generalizada coordenação de Deolinda Milhano. Para essas sessões, segundo também o que normalmente tem acontecido, são convidados alguns autores portalegrenses – mas não só –, poetas – maioritariamente, mas não só – para participar e assim prestar seu contributo, lendo ou declamando os seus textos, de acordo com a livre escolha e estilo de cada um, e no formato que melhor lhes convém. Desta feita, calhou a sorte, no próximo Sábado, dia 14 de abril de 2012, a Joaquim Castanho, escritor natural de Portalegre, que terá iniciado a sua atividade literária exatamente com o género poético, e que conta já com um considerável número de títulos originais e inéditos, entre os quais quatro de poesia ( EUCLASIA, CAPAS NEGRAS, FAIT-DIVER