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Mostrando postagens de novembro, 2010

Entre Bocas e Bocanas, assim passam as semanas

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Entre Semanas, Bocas e Bocanas "Estava-se nessas desconformidades quando surgiu em nossa frente um cabrito malhado. O bicho destoava das solenidades. O administrador arreganhou em surdina: – Quem é esse cabrito? – De quem é... – o secretário corrigiu, discreto. – Sim, de quem é essa merda? – Esse cabrito não será dos seus, Excelência?" In O Último Voo do Flamingo , de Mia Couto Há bocanas e bocanas. E se cada um é como cada qual, sendo no todo ou em parte diferente do outro, seu semelhante, posto que ímpar e sem igual, no feitio como nas atitudes, o que é certo, é que são todos uma cambada de sacanas. Incapazes de sentir empatia, abespinham os demais, desde que em algo eles sobressaiam daquilo com que os rotularam, ou a ideia que deles fizeram, cultivaram, difundiram e admiraram. Insistiram e determinaram. Atribuíram como única possível, concebível e lógica. Por exemplo, quando desgostam de uma pessoa, mas gostam/simpatizam com outra, que é sua familiar ou irmã, e se esta, a

Cultura e Civilização, o que são?

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A Generosa Perfeição da Dúvida "Ó deusa Sol de Arina, rainha de todos os países! No país hitita, tens o nome da deusa Sol de Arina, Mas no país que tu fizeste país dos cedros, Tens o nome de Hegat!" da Tabuinha de Puduhepa Se até quanto à denominação dos mesmos deuses nos sucede às vezes adorar um sob o nome de outro, ou outro com igual nome daquele que invocamos, então, a mínima dúvida há de ser sempre preferível à maior, absoluta e mais preciosa e pura das certezas, no X de um voto sobre o quadrado da existência. Desconheço quais sejam, efetivamente, os motivos e argumentos que levam alguns pensadores da atualidade a separar o conceito de cultura do seu congénere, o conceito de civilização , posto ser impercetível a fronteira entre ambas, cujas funções e estrutura se igualam e identificam, como igualmente se aplicam ao quotidiano, na sua crítica à natureza , principalmente à natureza humana, se no universo da ética navegamos, afastando cada vez mais o indivíduo das suas or

Mudam-se os tempos mas a crise é sempre a mesma

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Os Amigos da Dívida "Tu estás tão acorrentado À sombra que tens ao lado Não consegues apagar As marcas desse passado (...) Mas se isso acontecer És mais um a flipar Mas se tu queres acabar Ó que tu queres é drunfar Toma um comprimido Toma um comprimido Toma um comprimido que isso passa" António Variações, in Toma o Comprimido A China produz, os chineses vendem. E compram. E negoceiam. E até endossam ou emprestam, se nisso perspectivarem benefícios chorudos. Ainda sou do tempo, apetece dizer, para melhor o registar, como memória futura (???), em que se acreditava que os japoneses, a potência da sua economia, os seus elevados desenvolvimento, crescimento e situação financeira, seriam os "chineses" que nos salvariam das profundas agruras de uma crise (exaustivamen¬te) anunciada. Confirmada. Útil. E continuamente sujeita a novos ajustes e actualizações, agravamentos ou dificuldades, que afinal são o idílico sonho de qualquer político, para camuflar (ou disfarçar) a sua