Os cadernos de uma mulher na guerra..



"Fico espantada por ele falar comigo tão abertamente. Da mesma forma direta, pergunta-me se sou realmente saudável. «Compreenda-me... quero dizer, compreende-me.» (Mistura ainda o tu com o você.) Digo-lhe a verdade, que nunca sofrera de qualquer doença desse tipo. No entanto, saliento, ignoro se não terei sido contagiada por algum dos russos que me violaram. O major abana a cabeça e suspira: «Ah, esses hooligans!» (Hooligan, pronunciado khuligan, palavra estrangeira muito utilizada pelos russos para designar patifes, vagabundos, rufias.)
in UMA MULHER EM BERLIM, pág. 125, Edições ASA/LEYA
Tradução de Hans Helmker e Fernanda Helmeker

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