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Mostrando postagens de 2007

Maria Anna Accioaioli Tamagnini

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Eis dois poemas daquela que considero uma das mulheres de excepção do século passado, com escrita límpida, de uma imagética ímpar, umas vezes a voar nos pressupostos do universo de Camilo Pessanha, outras, a navegar entre a expressão continental de Cesário Verde e o "crioulo" sentir de Venceslau de Moraes. Aqui ficam, portanto, como aperitivo para melhores e futuras abordagens... Não espelham o meu pensar nem, provavelmente o da autora, mas são bem o exemplo daquilo que um estilo cristalino pode fazer às palavras, tornando-as estrelinhas cintilantes num mar de magia ou céu de sons que nos entretecem. FOLHAS DE LÓTUS Sobre folhas de lótus escrevi As letras do teu nome, meu amor, Naquelas folhas que a sorrir colhi Ao debruçar-me sobre o lago em flor. Sobre as folhas de lótus desenhei O mais risonho trecho da cidade; E esse leve desenho que tracei Dir-se-ia uma paisagem feita em jade. O teu nome mais belo se fizera No relvo das letras bem gravadas. A paisagem lembrava a Primaver

Crónicas do Luís Não Vás

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( Morte aos Críticos , de Gustave Coubert - 1819-1877) 1. Desconheço que fará, ou que dirá Durão Barroso, para explicar politicamente a esparrela em que caiu e da qual tem andada a auferir proventos por esse mundo fora, ao serviço da Europa (inclusive). Que viu os documentos comprovativos da existência daquilo que nunca existiu: armas nucleares e de destruição em massa no Iraque. Que comprovam afinal aquilo que todos nós há muito pressentíamos, o ser também ele apenas mais uma Maria-vai-com-as-outras entre outras Marias, incluindo a espanhola, inglesa e seguintes, e que não está arrependido do que fez, pois nós, os europeus, até tivemos um papel moderado na questão. Com Ámen para os portugueses a quem os brandos costumes não foram além dos usuais brados da fidalguia, abrindo historicamente as pernas às potências estrangeiras tal e qual como no tempo das monarquias, que o fizeram a todas quanto lhes aprouve passar por cá, a desenferrujar o nacionalismo como sucedeu aos espanhóis, aos f

Fado do Acaso e Necessidade

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Quem afunila as margens não se pode queixar de as águas lhe correrem por fora. As pessoas vivem, actualmente, tão pouco tempo num lugar que não chegam a ter tempo de gostar dos lugares em que vivem. E se alguma coisa ainda lhe "segura" o contacto, mais ou menos, com as terras em que nasceram, é a necrologia dos jornais regionais, que lhe vão dando conta, periodicamente, de quantos da sua geração já bateram as caçoletas. Por mim, a quem a magana da live está em princípio de vida, já morei em dez ruas de outros tantos bairros, sendo mais de metade em cidades diferentes e, pasme-se perante a ocorrência, sou dos mais sedentários e gordinhos da Geração do Popas (GP). A evoluir a evidência conforme o determinismo aconselha, é muito bem provável que a Geração Play Station (GPS), com seus derivados Erasmos e Bolonhinhas venham a acentuar o nomadismo para o "sou daqui durante quinze minutos", que é tempo que demora uma queca não deveras e propriamente empenhada. O mais, pel

Para Bons Conselhos Óptimos Discípulos

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Perante o défice de diabice diabólica do Diabo, Giovanni Papini, depois de reflectir sobre a manifesta incompetência deste para cumprir a sua missão no mundo, aconselha-o a mudar de estratégia, se em realidade e deveras quer responder positivamente aos anseios de quem o criou e à desumanidade que o acalenta, legitima e sustenta. Então, peremptório, diz-lhe, através do conto que, face à vida apenas é igualado em importância com a teoria dela, intitulado O Demónio Tentado : "O homem filósofo quer reduzir o Mundo a uma só palavra e termina no nada lógico. Tu devias reduzir o Mundo a uma só coisa, ao nada autêntico, ao nada último e definitivo. § Indiquei-te o caminho. Tu, que ainda és poderoso, podes segui-lo. Funde, assimila, une, liga, nivela, iguala, suprime as diversidades, reduz todos os animais a um só e este animal a uma planta e todas as plantas a esta planta e esta planta a um mineral, e este mineral e todos os corpos a um só corpo, todas as substâncias a uma só substância,

Crónicas (In)divisas

Fermento Royal " Corre a vaquinha, quanto corre a cordinha..." É invulgar alguém preferir errar e pedir a Deus que esteja enganado? Pois saiba-se que, neste momento, bem preferia eu, também estar errado!... Desde a génese da nacionalidade que a França, os franceses e a sua cultura, tiveram um papel importante na nossa identidade, políticas internas e externas, relações sociais e económicas, crescimento e desenvolvimento. A maioria dos cruzados que ajudaram os ibéricos a escaqueirar a moirama, incluindo o conde D. Henrique do célebre "condado" portucalense, herança com que partiu para a espadeirada o nosso primeiro Afonso, era francófona. Mais tarde fizemos birra, aliás justificada futuramente pelos napoleiismos, e voltámos as opas prò Tamisa. Isto não é novidade nenhuma e, se não figura na História Alegre de Portugal, do João de Barros, anda por lá muito perto (a roçar as silvas). O caso deu-se à long time ago, mas não há marialva que o desconheça! Ora, à parte da s