DOCE FAINA
DOCE FAINA
Na solidão de tuas correntes
Meu aconchego, meu naufrágio
Nos sentires por que sentes
Sou teu argonauta, e contágio.
Que a rima me trouxe à vela
Quando rumei só, sem medida,
E pouco a pouco plas marés dela
Me ancorou à própria vida
– Com gestos de rosa à bolina
Pleno vogar de espinho manso,
Abranda o ser que me inclina,
Alcança o ritmo no balanço.
E assim, encantado por sereia
A cujos suspiros estremeço,
Aliso teus cabelos de areia
– Acúmulo os beijos que te peço.
Joaquim Castanho
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