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Mostrando postagens de 2017

FESTAS FELIZES

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Sem má-fé nem melindres, ou regougos,  Nem intempéries (causa de estorvo),  Desejamos a todas, como a todos,  FELIZ NATAL – PRÓSPERO ANO NOVO!

A QUESTÃO ESCRIBALISTA EM QU'ESTÃO (sentados os escribas)

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   apontamentos pelo desapontamento… - 1 A QUESTÃO ESCRIBALISTA EM QU’ESTÃO (SENTADOS OS ESCRIBAS) Realçou Roland Barthes que aquele que pratica a escrita transitiva devia ser denominado écrivant , enquanto aqueloutro que praticasse a escrita intransitiva perderia o t, e seria simplesmente écrivan , num preciosismo crítico a raiar o grau zero da insignificância – já que a letrinha final mal se pronuncia –, e uma vez que toda a escrita, como, aliás, toda a fala, é transitiva, se considerarmos que vai do signo pró significado, ou do emissor pró recetor, à velocidade de um “ dejà-vu ”, que é o único recorde imbatível desde que o tempo é tempo, o espaço é espaço e um percorre o outro no vice-versa que altera a ordem das parcelas para chegar sempre ao mesmo destino: comunicar com o aval das estéticas socialmente previsíveis, logo, observáveis e reconhecidas, que são o apanágio de qualquer escriba, independentemente do idioma, língua, dialeto ou glossário em que se mova e exerça

JAIME CRESPO, TEXTURAS DIVERSAS

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TEXTURAS DIVERSAS  Jaime Crespo Coleção Palavras Soltas CHIADO EDITORA " Na serena sabedoria dos avós se encerra a chave do futuro " – página 126 Escorrendo generosidade e e alentejaníssimo sentir, chegou-me recentemente às mãos um livro (Coleção Palavras Soltas, da CHIADO EDITORA, Lisboa, 142 páginas), que, não obstante a frugalidade no tamanho é de recheada compleição semântica, com autoria do meu amigo JAIME CRESPO, intitulado TEXTURAS DIVERSAS.  Conjunto de palimpsestos em trânsito, uns na direção conveniente, ainda que em contramão, outros no sentido imprevisto, mas na faixa da oportunidade, além dessoutros que trazem colados a si – nas entrelinhas da intertextualidade –, embora que já expeditos, emancipados e desmelindrados, as parras (folhas) impressas das quais rejuvenesceram, porquanto se podem discernir como pinceladas impressionistas de recordação sobre a lona esmaecida da grande tela do tempo; alguns vêm do passado (mais ou menos remoto) fita

WOW! SINAL DE VIDA, de JRS

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FINALMENTE LIDO… WOW! SINAL DE VIDA José Rodrigues dos Santos Gradiva " Tudo está sujeito a evolução, incluindo a própria teoria da evolução " – página 650.  Se considerado sob um grau de parentesco muito próximo com A Chave de Salomão e A Fórmula de Deus, Sinal de Vida vem lembrar-nos de que "quando as nossas suposições são contrariadas pela realidade, quem tem razão é sempre a realidade", ainda que isso se nos revele no âmbito da ficção, da literatura, da irrealidade, da fantasia.  Com a Europa arrumada entre os interesses geoestratégicos pautados por reminiscências da pouco saudosa guerra fria ( de USA, Rússia, Vaticano e China, principalmente), como entre o binómio (especulativo inerente ao desenvolvimento) cooperação versus competitividade, a abordagem da temática – contatar viajantes extraterrestres no espaço – exige uma aproximação fundamentada (preliminar) multidisciplinar, heurística e eclética, pelo que a presença de um português nessa em

SINAL DE VIDA, de JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS

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UMA CONVERSA UNIVERSAL  SINAL DE VIDA José Rodrigues dos Santos Gradiva " Pela minha noiva, recusarei o que for preciso recusar ." - Página 114 Um sinal é um indício. Um indício de (água, de vida, por exemplo). Viver é comunicar. E comunicar é emitir sinais. Mas o que é que isso significa? Que só reconhecemos a vida quando ela é suficiente para emitir o sinal passível de ser descodificável. Que possa ser compreensível para nós, entre nós, entre os demais, e entre nós e os demais. Num romance, se for de ficção emancipada, ou seja, cuja narrativa se alinha e subscreve nos pressupostos cientificamente fundamentados, é possível estender o conceito de comunicação ao de viagem, uma vez que a primeira pode ser um convite à compreensão, e a segunda, é o entendimento do conteúdo (enunciados) propriamente dito, através do qual nos abstraímos de nós mesmos para integrar (ou participar) outra dimensão, outro registo, onde a trama/enredo se verificam.  Portanto, ac

OS BUDDENBROOK, de Thomas Mann

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 "Deus salvara-o. Outra vez, ainda criança, durante os preparativos para um casamento, assistira ao fabrico de cerveja (era costume fazer-se em casa). Para o efeito fora colocado um enorme barril em frente da porta. Ora, sucedeu que esse barril tombou, apanhando a criança. O estrépito e a violência da queda foram tais que a vizinhança acorreu e foram necessários seis homens para voltar a erguer o barril. A cabeça do menino ficou esmagada debaixo da cuba e o sangue corria abundantemente por todo o corpo. Puseram-no numa padiola e, como ainda lhe restasse um sopro de vida, levaram-no ao médico e a um cirurgião. Ao pai consolaram-no, porém, dizendo-lhe que se devia conformar com os desígnios divinos, pois que era impossível que o filho se salvasse… Pois atentai então: Deus Todo-Poderoso abençoou os recursos médicos e restabeleceu-lhe a saúde por completo! Ao recordar-se desse terrível acidente, o cônsul voltou a pegar na pena e escreveu a seguir ao derradeiro «Ámen»: «Meu Deus,

Os cadernos de uma mulher na guerra..

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"Fico espantada por ele falar comigo tão abertamente. Da mesma forma direta, pergunta-me se sou realmente saudável. «Compreenda-me... quero dizer, compreende-me.» (Mistura ainda o tu com o você.) Digo-lhe a verdade, que nunca sofrera de qualquer doença desse tipo. No entanto, saliento, ignoro se não terei sido contagiada por algum dos russos que me violaram. O major abana a cabeça e suspira: «Ah, esses hooligans !» ( Hooligan , pronunciado khuligan , palavra estrangeira muito utilizada pelos russos para designar patifes, vagabundos, rufias.) in UMA MULHER EM BERLIM, pág. 125, Edições ASA/LEYA Tradução de Hans Helmker e Fernanda Helmeker

REGANHAR A PASSADA

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(RE)GANHAR A PASSADA  Plo óculo do infinito Na descoberta incolor Sonhos travam, e o atrito Se refaz próprio propor  E propósitos propõem As singelas alegrias Que pouco a pouco compõem  Pegadas pra pegar os dias…  Então, o verbo floresce Pelas pétalas completo No beijo que não esquece  Carinhos d'avó e neto. Joaquim Maria Castanho 

Guerra Junqueiro, dizendo de si e de OS SIMPLES

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“Quis mentalmente viver a vida singela e primitiva de boas e santas criaturas, que atravessavam um mundo de misérias e injustiças, de vícios e de crimes, de fomes e de tormentos, sem um olhar de maldição para a natureza, sem uma palavra de queixume para o destino. E então encarnei, por assim dizer, no pastor grandioso e asceta, na moleirinha octogenária e sorridente, no cavador trágico, nos mendigos bíblicos, na mansidão dos bois arroteando os campos e nas labaredas de oiro do castanheiro, aquecendo a velhice, alegrando a infância, iluminando a choupana. E, depois de uma existência de sacrifício e pureza, de abnegação e bondade, deitei esses ingénuos e pobres aldeões na terra misericordiosa e florida do campo santo, pondo-lhes por cima das sepulturas rasas o Céu maravilhoso e cândido, que em vida sonharam e desejaram.  É claro que essas figuras não são inteiramente reais, da realidade estrita, efémera e tangível. Criei-as, ou antes, completei-as com a minha alma, com o meu própr

OS RAIOS DIGITAIS DE ARINA

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RAIOS DIGITAIS  São os ires e voltares de Arina na areia em raios X quem ilumina E há no tempo altares de abrires a íris ante os milagres que vires Relógios biológicos dos noves redondos às novidades da gravidez Porque a dança dos números na cadeia da existência exige tua tez Neles há elos que entrelaçam a urgência alfanumérica na sensatez Se despem dos caprichos sulcando nichos de fluorescência e canto Verdes ramos de silene nas frinchas do manto em retalhos multicor Esculpidos nas escarpas do ser ainda investido da perfeição divina Falésias fustigadas pelas marés do amor que a si mesmo se ensina Quanto só se ama amando na vereda feita por quem muito caminha Autoestradas a uma outra Roma sem César nem o incendiário Nero Novo calendário onde os setembros são noves e o nove apenas zero Recinto aberto dos deuses que duros não fogem e muros esfarelam Quando as humanidades às vezes fiéis a seus poderes divinos apelam Mulheres e homens tão-só sem os absolutos corcéis

FILHO ÉS, PAI SERÁS; PAI FOSTE, FILHOS TERÁS

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[FILHO ÉS, PAI SERÁS; PAI FOSTE, FILHOS TERÁS.] “De acordo com João dos Santos, e muito anteriormente, Alfred Brauner, in Les Enfants des Confins , as crianças que foram vítimas de maus tratos são hoje pais que maltratam (igualmente) os seus filhos. Os que os não têm, ou sentem pudor em fazê-lo, descarregam a sua agressividade sobre os que lhes são mais fracos e/ou mais pobres. Forma-se assim, na sociedade, um círculo de irracionalidade, perversão e violência, camuflada ou latente, explícita ou operativa, a que é cada dia mais difícil pôr cobro. A não ser que as autoridades, a lei, os sistemas de saúde e educativo, reajam em conformidade, e imponham definitivamente o cumprimento dos Direitos do Homem e da Criança, criem maquinismos de resolução para a imaturidade e estabeleçam programas educativos que “reprogramem” os homens do futuro com a empatia e propriocepção necessárias ao viver em sociedade. Lamentavelmente até hoje, muito pouco tem sido feito nesse sentido. A educação