O FEITIÇO SUPREMO


 

O FEITIÇO SUPREMO


A vida é diminuta

Mas eclode d'avalanche,

Quando o Amor a escuta

Pra nos dar mais uma chance

De repetirmos o caminho

Que vai do túmulo ao ninho.


Seus segredos nossos são

Abertos frutos maduros,

Pra que ao regarmos o chão

Os passos sejam seguros,

Feitos num equilíbrio tal

Que mal destrincemos a tensa

Diferença qu'ainda tem, o pão,

Nado em noção de pertença

S'amassado por bem... ou por mal


Dos feitiços conhecidos

Encantos de mil segredos,

Que nos encontram perdidos

Mal esquecidos os medos!


Joaquim Maria Castanho

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