O Exército e a Ruptura da Ordem Política em Portugal
O Exército e a Ruptura da Ordem Política em Portugal: 1820-1974
Abílio Pires Lousada
144 páginas, capa mole plasticizada
Edições Prefácio – Lisboa, 2007
Conforme se enuncia na Nota Prévia, "este ensaio, reflexão de cidadão, centra-se na análise dos acontecimentos históricos e surge vocacionado para a sua divulgação, não tendo a mínima pretensão de extrapolações subsequentes." Porém, focaliza especial atenção no papel desempenhado pelo Exército na estruturação do Estado e na evolução da Nação, nos cinco momentos de participação activa deste na ruptura e mudança da ordem pública vigente ou inserção para a nova ordem que ajudou a consolidar: o Pronunciamento de Agosto de 1820, que favoreceu o liberalismo; o Pronunciamento de Saldanha, conducente à regeneração monárquica; a Insurreição Armada de 1910, que instaurou a República; a Revolta de Maio de 1926, que implementou o Estado Novo e a ditadura salazarista; e o 25 de Abril de 1974, que estabeleceu o regime democrático, enfim constitucionalizado em 1976.
Acontece que nenhuma mudança é por acaso e, verificando-se ela, ou elas, inspirando-as como sofrendo-as, o exército português nunca abdicou do seu mister vocacional que, grosso modo, é o de acelerar a solução das crises, de forma a diminuir os efeitos colaterais ou de dissolvência patriótica. Neste capítulo, realça-se a mais valia formativa do autor (licenciado em Ciências Militares, Arma de Infantaria, pela Academia Militar, Mestre em Estratégia, com pós-graduação em Relações Internacionais e História Militar, Cursos de Estado-Maior e Estado-Maior Conjunto, do Instituto de Altos Estudos Militares), cimentada pela prestação de serviço na Escola de Infantaria, em Mafra, no Regimento de Infantaria 19, de Chaves, no Centro Militar de Educação Física e Desportos, em Mafra, na Escola Superior Politécnica do Exército, no exercício da docência em História Militar e colaboração na Revista Militar, Jornal do Exército, Revista da Administração Militar, Revista de Estratégia, Boletim do Instituto de Estudos Superiores Militares e Mensageiro de Braga, cidade de que é natural, que lhe facultaram a missão de fazer um zoom caracterizador e qualificativo do modus operandi do Exército perante os momentos de ruptura, bem como o desanuviar da História de Portugal naqueles períodos mais conturbados onde, para melhor compreensão faltava o esclarecido envolvimento do ramo das nossas Forças Armadas que durante séculos, atravessando com determinação e entrega ímpar, mais próximo esteve das convulsões portuguesas assegurando a soberania nacional, independentemente dos formatos e regimens que, ao longo do tempo, a consolidaram.
Sucinto, rigoroso, documentado, além de ser prefaciado pelo General José Luís Pinto Ramalho, que nos alerta para uma interpretação Estratégica da História, empenhada, desprendida, crítica, está estruturado de forma, não só a possibilitar aquela leitura corrida e encadeada dos volumes que racionalizam a actividade militar com a actividade política, mas igualmente nos elucida das características específicas do Exército ao momento em questão, bem como a sua constância, naquilo que passo a passo ele foi, e é, um documento vivo e inalterável da organização diacrónica do Estado português: a defesa dos superiores interesses da nação. Portanto, aconselhar a sua leitura seria cliché desnecessário, pois há partes da História de Portugal de que teremos um conhecimento muito rudimentar sem ela, mas saudar a entrada desta visão estratégica no universo popular da publicação, não só para que outros trabalhos, que até aqui somente circularam nos meios formativos militares, lhe venham suceder, é, sem dúvida, uma excelsa oportunidade de dizer, e reconhecer, que podemos ser sempre mais portugueses se mais forem as obras que melhoram o nosso conhecimento acerca daquilo que fomos, ou somos, quer entre nós, quer entre as demais nacionalidades que desde a nossa independência nos acompanham. Porque é um sinal pujante de como pensar e reflectir o passado nos catapultará a esperança para o futuro, a certeza em como por piores que os dias de amanhã venham a ser, não estaremos sós e o Exército, entre os demais ramos das Forças Armadas, incluídos, não abdicam da nossa consciência nem enfermam de autismos desertores quando os portugueses, que as compõem também, precisarem da sua excelência contributiva. O que, já e em si, não é pequena nem insignificante coisa!
Abílio Pires Lousada
144 páginas, capa mole plasticizada
Edições Prefácio – Lisboa, 2007
Conforme se enuncia na Nota Prévia, "este ensaio, reflexão de cidadão, centra-se na análise dos acontecimentos históricos e surge vocacionado para a sua divulgação, não tendo a mínima pretensão de extrapolações subsequentes." Porém, focaliza especial atenção no papel desempenhado pelo Exército na estruturação do Estado e na evolução da Nação, nos cinco momentos de participação activa deste na ruptura e mudança da ordem pública vigente ou inserção para a nova ordem que ajudou a consolidar: o Pronunciamento de Agosto de 1820, que favoreceu o liberalismo; o Pronunciamento de Saldanha, conducente à regeneração monárquica; a Insurreição Armada de 1910, que instaurou a República; a Revolta de Maio de 1926, que implementou o Estado Novo e a ditadura salazarista; e o 25 de Abril de 1974, que estabeleceu o regime democrático, enfim constitucionalizado em 1976.
Acontece que nenhuma mudança é por acaso e, verificando-se ela, ou elas, inspirando-as como sofrendo-as, o exército português nunca abdicou do seu mister vocacional que, grosso modo, é o de acelerar a solução das crises, de forma a diminuir os efeitos colaterais ou de dissolvência patriótica. Neste capítulo, realça-se a mais valia formativa do autor (licenciado em Ciências Militares, Arma de Infantaria, pela Academia Militar, Mestre em Estratégia, com pós-graduação em Relações Internacionais e História Militar, Cursos de Estado-Maior e Estado-Maior Conjunto, do Instituto de Altos Estudos Militares), cimentada pela prestação de serviço na Escola de Infantaria, em Mafra, no Regimento de Infantaria 19, de Chaves, no Centro Militar de Educação Física e Desportos, em Mafra, na Escola Superior Politécnica do Exército, no exercício da docência em História Militar e colaboração na Revista Militar, Jornal do Exército, Revista da Administração Militar, Revista de Estratégia, Boletim do Instituto de Estudos Superiores Militares e Mensageiro de Braga, cidade de que é natural, que lhe facultaram a missão de fazer um zoom caracterizador e qualificativo do modus operandi do Exército perante os momentos de ruptura, bem como o desanuviar da História de Portugal naqueles períodos mais conturbados onde, para melhor compreensão faltava o esclarecido envolvimento do ramo das nossas Forças Armadas que durante séculos, atravessando com determinação e entrega ímpar, mais próximo esteve das convulsões portuguesas assegurando a soberania nacional, independentemente dos formatos e regimens que, ao longo do tempo, a consolidaram.
Sucinto, rigoroso, documentado, além de ser prefaciado pelo General José Luís Pinto Ramalho, que nos alerta para uma interpretação Estratégica da História, empenhada, desprendida, crítica, está estruturado de forma, não só a possibilitar aquela leitura corrida e encadeada dos volumes que racionalizam a actividade militar com a actividade política, mas igualmente nos elucida das características específicas do Exército ao momento em questão, bem como a sua constância, naquilo que passo a passo ele foi, e é, um documento vivo e inalterável da organização diacrónica do Estado português: a defesa dos superiores interesses da nação. Portanto, aconselhar a sua leitura seria cliché desnecessário, pois há partes da História de Portugal de que teremos um conhecimento muito rudimentar sem ela, mas saudar a entrada desta visão estratégica no universo popular da publicação, não só para que outros trabalhos, que até aqui somente circularam nos meios formativos militares, lhe venham suceder, é, sem dúvida, uma excelsa oportunidade de dizer, e reconhecer, que podemos ser sempre mais portugueses se mais forem as obras que melhoram o nosso conhecimento acerca daquilo que fomos, ou somos, quer entre nós, quer entre as demais nacionalidades que desde a nossa independência nos acompanham. Porque é um sinal pujante de como pensar e reflectir o passado nos catapultará a esperança para o futuro, a certeza em como por piores que os dias de amanhã venham a ser, não estaremos sós e o Exército, entre os demais ramos das Forças Armadas, incluídos, não abdicam da nossa consciência nem enfermam de autismos desertores quando os portugueses, que as compõem também, precisarem da sua excelência contributiva. O que, já e em si, não é pequena nem insignificante coisa!
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