Troikas à portuguesa
Toma, que é prò tabaco!
“O Estado terá de ser mais flexível e versátil, para acomodar os pequenos impérios de diferenças que nos vão sendo revelados e a atitude cultural em que se consubstanciam.”
In Francisco Pinto Balsemão, Progresso Social e Democracia, nº 3/4
Acabou o tempo do fazer política brincando ao fingir que está tudo bem, derramando ilusão por todos os meios, estatais e públicos, como privados ou corporativos, alimentando o regabofe e ramboia de uns à custa dos demais, incluindo daqueles que nasceram há pouco ou ainda nem sequer foram congeminados. Segundo o ministro da economia, o seu ministério, só em carrões e respetivos choferes, além de outras ostentações inequivocamente ofensivas para os cidadãos comuns que entraram obrigatoriamente nas ações de austeridade nacional, o glamour e finess do palacete e seus palacianos, é de bradar aos céus. Neste, caso, à Troika bendita, por cujo memorando nos vamos alinhar nesta legislatura; porque quem deve, tem que pagar, e quem se compromete tem obrigatoriamente de cumprir, coisa que o Estado com o establishment português apenas entendia como à moda das scuts de sentido único: se for pessoa, contribuinte, cidadão lá vem penhora e juros de mora, mas se for instituição pública, autarquia, fundação e ministério, é tão-só modalidade normal, tradicional e modus operandi estabelecido e “legal” – atrasos e contas, só os nossos e no pagar.
É claro, que os senhores da logística e do capital lhe franziu o nariz. Não gosta de coisas simples, efetivas, eficazes, baratas, sustentáveis, honestas, francas, diretas e sem percentagem à vista por derivados e afins. Isto está mau, mas também não é para tanto. Erros qualquer um comete, que é para isso que somos humanos, defendemos o humanismo e reivindicamos o antropocentrismo, e não entremos agora a alardear com exigências de responsabilidade, rigor e resolução do défice e do endividamento, senão ficamos sem nada pra fazer nem onde ganhar a vida – pensam eles, não o dizendo, claro está, mas deixando que a expressão e o semblante fale por eles.
Outros, aqueles que votaram no Salazar para personalidade do século passado, desabafam entre si que murumurando um «porra: isto do Salazar, era a brincar, só pra chatear os comunas…», mais ou menos convicto, tentando inverter a marcha, alguns mesmo afiançando estarem deveras arrependidos com a expulsão do Sócrates para outras cicutas e Sorbones. Se razão lhes assiste, é no não terem pensado antes, porém, considerando que nunca fizeram de outro jeito, não se vislumbra maneira de alterar o provérbio popular que enuncia que burro velho não aprende línguas, porquanto todos sabemos não haverem outros veículos mais eficazes para materializar, realizar, demonstrar o pensamento – as ditas e cujas com que se fala. Nem melhor reforma do que aquela que é ministrada pelos reformadores que, como todos sabemos desde que E. Hubbard o disse, “são aqueles que educam o povo a apreciar aquilo de que precisam”.
Provavelmente, aqueles que leram as minhas crónicas no Fonte Nova devem estar lembrados do lá se dizia. Foi até por elas que alguns me chamaram de iluminado, pondo ênfase precisamente no termo, daquela forma brilhante que o português lhes propicia afirmar o contrário de uma coisa nomeando-a. Alberto João Jardim deu-lhes a resposta agora, através da SIC como suplemento vitamínico madeirense prò continente e seus continentais adjacentes. Não perderam pela demora!
Ou seja, os portugueses espertaram, e já não se deixam comer por trouxas por todos aqueles que dizem defender as suas ideologias, que ter partido ou abanar a bandeirinha não é mais livre-trânsito para a função, nem o tripudiar dos utentes/utilizadores um abono de garantia no posto de trabalho, quer se esteja anexo às autarquias como ao poder central – ou paralelo. A flexibilidade deve reger-se pela competência, e os incompetentes têm que deixar de ser um ativo na administração nacional. Se não, ficamos todos troikados!
“O Estado terá de ser mais flexível e versátil, para acomodar os pequenos impérios de diferenças que nos vão sendo revelados e a atitude cultural em que se consubstanciam.”
In Francisco Pinto Balsemão, Progresso Social e Democracia, nº 3/4
Acabou o tempo do fazer política brincando ao fingir que está tudo bem, derramando ilusão por todos os meios, estatais e públicos, como privados ou corporativos, alimentando o regabofe e ramboia de uns à custa dos demais, incluindo daqueles que nasceram há pouco ou ainda nem sequer foram congeminados. Segundo o ministro da economia, o seu ministério, só em carrões e respetivos choferes, além de outras ostentações inequivocamente ofensivas para os cidadãos comuns que entraram obrigatoriamente nas ações de austeridade nacional, o glamour e finess do palacete e seus palacianos, é de bradar aos céus. Neste, caso, à Troika bendita, por cujo memorando nos vamos alinhar nesta legislatura; porque quem deve, tem que pagar, e quem se compromete tem obrigatoriamente de cumprir, coisa que o Estado com o establishment português apenas entendia como à moda das scuts de sentido único: se for pessoa, contribuinte, cidadão lá vem penhora e juros de mora, mas se for instituição pública, autarquia, fundação e ministério, é tão-só modalidade normal, tradicional e modus operandi estabelecido e “legal” – atrasos e contas, só os nossos e no pagar.
É claro, que os senhores da logística e do capital lhe franziu o nariz. Não gosta de coisas simples, efetivas, eficazes, baratas, sustentáveis, honestas, francas, diretas e sem percentagem à vista por derivados e afins. Isto está mau, mas também não é para tanto. Erros qualquer um comete, que é para isso que somos humanos, defendemos o humanismo e reivindicamos o antropocentrismo, e não entremos agora a alardear com exigências de responsabilidade, rigor e resolução do défice e do endividamento, senão ficamos sem nada pra fazer nem onde ganhar a vida – pensam eles, não o dizendo, claro está, mas deixando que a expressão e o semblante fale por eles.
Outros, aqueles que votaram no Salazar para personalidade do século passado, desabafam entre si que murumurando um «porra: isto do Salazar, era a brincar, só pra chatear os comunas…», mais ou menos convicto, tentando inverter a marcha, alguns mesmo afiançando estarem deveras arrependidos com a expulsão do Sócrates para outras cicutas e Sorbones. Se razão lhes assiste, é no não terem pensado antes, porém, considerando que nunca fizeram de outro jeito, não se vislumbra maneira de alterar o provérbio popular que enuncia que burro velho não aprende línguas, porquanto todos sabemos não haverem outros veículos mais eficazes para materializar, realizar, demonstrar o pensamento – as ditas e cujas com que se fala. Nem melhor reforma do que aquela que é ministrada pelos reformadores que, como todos sabemos desde que E. Hubbard o disse, “são aqueles que educam o povo a apreciar aquilo de que precisam”.
Provavelmente, aqueles que leram as minhas crónicas no Fonte Nova devem estar lembrados do lá se dizia. Foi até por elas que alguns me chamaram de iluminado, pondo ênfase precisamente no termo, daquela forma brilhante que o português lhes propicia afirmar o contrário de uma coisa nomeando-a. Alberto João Jardim deu-lhes a resposta agora, através da SIC como suplemento vitamínico madeirense prò continente e seus continentais adjacentes. Não perderam pela demora!
Ou seja, os portugueses espertaram, e já não se deixam comer por trouxas por todos aqueles que dizem defender as suas ideologias, que ter partido ou abanar a bandeirinha não é mais livre-trânsito para a função, nem o tripudiar dos utentes/utilizadores um abono de garantia no posto de trabalho, quer se esteja anexo às autarquias como ao poder central – ou paralelo. A flexibilidade deve reger-se pela competência, e os incompetentes têm que deixar de ser um ativo na administração nacional. Se não, ficamos todos troikados!
Comentários