Amélie Nothomb
TEMOR E TREMOR Amélie Nothomb Sobre os japoneses terá afirmado Wenceslau de Moraes (1854-1929) que só tardiamente compreendera/reconhecera quanto se "iludira e que os sorrisos deste bom povo de Tokushima, arisco, conservativo, detestando cordialmente o europeu, traduziam simplesmente escárnio e aversão pelo homem branco, então, confesso, muito desfavoravelmente representado no grotesco exemplar que eu era", facto aliás sublinhado na caricatura que deles faz Amélie- san relatando as nuanças pícaro-escatológicas do quotidiano hierárquico de uma empresa grande, desse país ilhéu que foi edificado e gerido sempre como uma grande empresa da ordem ternária, baseada no honroso orgulho da servidão. Porque à distância de um século algo se mantém inalterável, e de tal forma evidente, que qualquer escritor dos nossos dias o nota, mas não só o nota como o realça e deixa transparecer em palimpsestos e originais, não caberá porém neste alinhavo crítico, pois nele se atendem mais aos liames