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Mostrando postagens de janeiro, 2009

carta de participação de acidente

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A Rabaça e o Agrião

" Uma meada, que se saiba, tem sempre duas pontas." Carlos de Oliveira, in Casa nas Dunas (p. 72) Normalmente as minhas investidas na horticultura, ou visitas à horta, quando ainda achava que o trabalho era uma brincadeira divertida, coisa comum a quem cresce e nem nota, eram feitas com o meu avô paterno ou o meu tio Garranchinho, e terminavam quase sempre com um lacónico «sai daí, ventas de penico!» mais ou menos elucidativo da qualidade da acção desenvolvida durante a estadia entre as hortaliças, do posto em que me amesendara ou do poleiro em que me instalara para melhor dirigir as operações. Se a lembradura não carecia de gravidade suplementar nem orçava danos às novidades e mimos de época, então o respectivo «sai daí» tornava-se coisa fina de cozedura apurada para o intelecto em subtilidade, na brandura dos apodos, e transformava-se num «sai daí, ventas de abrunho!» cuja doçura ainda reflectia ocasionais destemperos, mas já sem apontar para solturas de terrível desfecho

Em Reconhecimento do Primaz Valor dos Finalmentes

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Finalmente, além da famigerada crise, Portugal acompanha a Europa em qualquer coisa que, sendo supostamente uma constatação boa virará arrelia, isto é, na tendência de envelhecimento com sucesso garantido, quer pelo escore da baixa fecundidade como pelo aumento da longevidade, porquanto os seniores com mais de oitenta anos, espécimen rara nos meados do século passado, passarão a ser uma das maiores minorias na sociedade portuguesa, o que sem dúvida lhe facilitará a formação de um lobby poderoso, contando com mais de 450 mil recenseados em causa própria, mas cujo número deverá triplicar até 2060, altura em que se prevê serem uma parcela de 13% da população, o que resultará, evidentemente, na banalização e perda de comoção – portanto um considerável decréscimo na lamechice saloia e pacóvia do Zé-Povinho –, o facto de pessoas como José Saramago, Mário Soares, Eunice Muñoz, Manoel de Oliveira, José Hermano Saraiva, Ruy de Carvalho, Nella Maissa, Júlio Resende, Almeida Santos, Maria Barr

O Grande Amor de Jane Eyre

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O Grande Amor de Jane Eyre Charlotte Brontë Tradução de Leyguarda Ferreira Edição Romano Torres – Lisboa, 1965 Eis um livro sobre o qual não vou adiantar qualquer comentário, visto ele ter "sofrido" já várias edições (e traduções) em português, das quais, esta deve ser a primeira ou uma das primeiras, além de ter igualmente sido "vítima" de adaptação a filme e série televisiva, ainda que em produção da BBC, coisa séria e de monta, se dirá, embora que pouco séria na montagem, sob o homónimo original de Jane Eyre . Mas sobretudo, e principalmente, porque nela está inserido um texto de Gentil Marques, em jeito de prefácio, a que não resisto à transcrição, por ser um documento de enorme clareza para ajudar a compreender, tanto a obra como a sua autora, tanto a época, a estética e a sociedade que lhe subjazem, além de romper, sem a mínima leviandade, com os cânones da crítica actual, não só pela frugalidade e fazer-de-conta que enferma, como também insatisfação de caldo

Da Curiosa Modernidade à Prefeitura da Perfeição

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É, no mínimo, curioso que neste conflito entre o povo judeu, como os seus lideres gostam de o apelidar quando querem usá-lo para fazer passar a sua fraqueza de espírito ou executar, pôr em prática, o seu ódio ancestral por outras culturas, outros credos, outros povos, outras formas de estar na vida que não contemplem o seu criancismo monoteísta, onde se pretende que a Guerra Fundamental só possa ser ganha por quem for mais fundamentalista, Omer Granot, a israelita que se negou a cumprir o serviço militar obrigatório – coisa impensável da parte palestiniana –, nos seus poucos 19 anos, demonstrou ser mais sensata e inteligente que todos os dirigentes políticos de uma civilização milenar radicada num país (Israel) onde a isenção militar apenas é prevista por motivos religiosos, logo por motivos ilógicos e irracionais, que assentam na crença e na fé, na ignorância pré-científica, ou naquilo em que o homem se nota menos humano, por assim dizer, mais besta medieval de formação pré-histórica

Sobre o estádio no Estado

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Previsões, sondagens, estatísticas e estimativas, cada um toma as que quer , para um ano a caldos Knorr ... Embora as contas estejam bem-feitas, os resultados não condizem. Isto é, na escala dos políticos, não obstante o raciocínio esteja correcto, as operações foram manietadas, adulterando assim os efeitos ao polinómio. As incógnitas e variáveis tiveram mais força que as acções concretas e as motivações. Intentou-se um salteado com pouca gordura, saiu uma salada fria, sonsa, deslavada e subalimentar. Para mais, se a «moda de faltar às aulas» nos dias de ponto (avaliação) pega, também denominadas «assistidas», e tudo indica que sim, num país cuja principal tradição reivindicativa nos andar de alevante só tem convencido pelo lado do não-fazer , então é caso para dizer que Portugal abrirá falência brevemente, como o exemplo que veio do frio (Islândia), pondo de pantanas todas as previsões, desde as orçamentais ou governativas, às do Banco de Portugal, Economist e europeias. O investimen

COMO NOS TORNÁMOS HUMANOS, por EUGÉNIA CUNHA

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O Serviço de Ciência da Fundação Calouste Gulbenkian, realiza no Auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian (Av. de Berna, 45 A) a conferência – COMO NOS TORNÁMOS HUMANOS – que terá lugar no dia 21 de Janeiro, às 18h00, e será proferida pela Profª. EUGÉNIA CUNHA da Universidade de Coimbra, a que poderá também assistir em directo através do site: http://live.fccn.pt/fcg/ e enviar as suas questões ( darwin@gulbenkian.pt ) que o orador responderá no final da sessão. Mais se adianta que Eugénia Cunha é Bióloga ( cunhae@ci.uc.pt ), doutorada em Ciências (especialidade Antropologia, 1994); é professora catedrática de Antropologia, do Departamento de Antropologia, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra desde 2003. A evolução humana sempre foi uma das suas áreas científicas prioritárias porque entende que o conhecimento da história natural do homem é crucial para várias ciências tais como a Antropologia e a Biologia. Ver o homem como um Primata, conhecer os prim