Da Curiosa Modernidade à Prefeitura da Perfeição

É, no mínimo, curioso que neste conflito entre o povo judeu, como os seus lideres gostam de o apelidar quando querem usá-lo para fazer passar a sua fraqueza de espírito ou executar, pôr em prática, o seu ódio ancestral por outras culturas, outros credos, outros povos, outras formas de estar na vida que não contemplem o seu criancismo monoteísta, onde se pretende que a Guerra Fundamental só possa ser ganha por quem for mais fundamentalista, Omer Granot, a israelita que se negou a cumprir o serviço militar obrigatório – coisa impensável da parte palestiniana –, nos seus poucos 19 anos, demonstrou ser mais sensata e inteligente que todos os dirigentes políticos de uma civilização milenar radicada num país (Israel) onde a isenção militar apenas é prevista por motivos religiosos, logo por motivos ilógicos e irracionais, que assentam na crença e na fé, na ignorância pré-científica, ou naquilo em que o homem se nota menos humano, por assim dizer, mais besta medieval de formação pré-histórica. Filha de um agente de espionagem da Mossad, onde fora dirigente, nega-se a fazer parte de um "exército que, desnecessariamente pratica actos de violência e viola os mais básicos direitos humanos", além de ser suspeito de fornecer "mísseis" (ou rockets) e pagar a membros de famílias palestinianas miseráveis, numerosas e famintas, para enviarem esses mísseis de zonas que querem destruir e onde suspeitam residir algum líder do Hamas.
Ora, isto pode ser muito contemporâneo, muito bem-intencionado, muito faixa de Gaza, ou tampão unilateral de medricas preconceituosos, tipo gaja que toma três pílulas anticoncepcionais, com medo de engravidar, no dia em que vai jantar com o namorado e depois o acusa de ele querer ter relações sexuais pré-matrimoniais, como se isso não lhe tivesse passado pela ideia quando combinou a refeição, criou expectativas acerca dela ou anteviu o seu desenrolar... Mas, sem sombra de dúvida, também é doentio, patológico, de assassínio premeditado de inocentes, enraizado no trauma e no determinismo do quando a globalização era uma anedota marselhesa para difundir ideologias. E entre duas facções fundamentais que tentam assegurar a sua segurança optando pela loucura (da guerra), em vez de pela via do diálogo e da diplomacia, só escolhem e tomam partido aqueles cuja rigidez caracterial e mente doentia se lhe iguala, pelo menos, ou obedece a interesses económicos e bélicos superiores ou estratégicos. Que o mesmo é afirmar, que entre duas maluquices somente tomam partido aqueles que são ainda mais doentios, mais loucos e malucos dos que os que geraram e continuam esse conflito. Ou, como diz o povo, de tão celebradas fundações judaico-cristãs, que é o nosso, e que também costuma dar para tudo, entre uns e outros, venha o diabo e escolha.

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