Culpas Velhas
Velhas São as Culpadas Culpas Foi há intermináveis páginas, tantas e quantas, que já mal me lembravam... Contudo, assim que constatei pelas notícias, que andavam a circular e cirandar por algumas bibliotecas públicas da nossa interioridade diversos contadores de histórias, espalhando, difundindo e contaminando bastas dezenas de criancinhas deste torrão caprichoso com o vírus da palavra lúdica, espevitei e espetei as orelhas, pus-me de atalaia e não pude conter-me de sábia indignação: «Olha, lá andam outra vez os adultos a lixar a vida aos mais pequenos! E para seu bem, formação e prazer, dizem eles», como me disseram a mim, sempre que se dispunham a enfiar-me o barrete, pensei eu. A razão é firme, forte, experimentada e poderosa. É que foi precisamente por aí, pelo continuado ouvir de histórias e lendas que a minha avó me contava à noitinha, quase diariamente, à lareira, se de Inverno, no pátio do Monte, em caso de Verão, sentados ambos à fresca do serão, ela na cadeira de bunho, eu no