Vinte Mais Dois, de Frank Gruber
Vinte Mais Dois
Frank Gruber
Trad. Catarina Rocha Lima
192 Páginas
Eis mais um típico caso de investigação – leia-se, p.f., narrativa – em Y. E fartam-se de acontecer coisas singulares que agitam a história e nos obrigam a estar-lhe atentos. Mas a superiormente extraordinária reside no intricado da trama, penteado e pontuado ao género travesti – que se transforma noutro género que não aquele em que se anunciam as personagens e primeiras cenas) de policial virado em cor-de-rosa choque, no qual o detective não serve de modelo para nada, nem pela moral, nem pelo físico (que está todo roto por causa da guerra e da má vida que levou nela), e muito menos manifesta na personalidade outras qualidades que não sejam a tenacidade, perseverança, insistência e a teimosia que raia a burrice, além de uma estranhíssima vontade de se atirar aos riscos levando por única bagagem a sorte – se calhar era descendente de portugueses! –, precisamente aquela que assiste popularmente ao ditado que dita que à criança e ao borracho, mete Deus as mãos por baixo.
No finalzinho que antecede o final romântico, cujo funciona como um anticlímax do policialeco, a justiça cumpre-se pelo modo já bastante usado e característico de Frank Gruber, nas inúmeras obras que fizeram dele um polivalente do cordel (policial, western, espionagem, aventura, guerra, foram apenas os géneros que mais cultivou): os maus são mesmo maus e nunca se esquecem disso, tão maus, tão maus mas tão maus, que até se matam uns aos outros, logo fazendo bem por mal, proporcionando assim aos bons que venham a beneficiar superlativamente com isso, tanto nas fortunas que consequentemente deles herdam, como na felicidade que detonam pelo simples facto de terem deixado de existir. Aliás, um exemplo a seguir pelas hostes do milieu e do establishment político e financeiro actual, pois evitariam sobremaneira mais despesas e desperdícios orçamentais ao "sacrificado e martirizado povo" que os elegeu ou pagou os estudos, pelo que teríamos a certeza que havia sido feita justiça pelo menos uma vez, que são somente duas coisas em vinte, que igualmente não têm abundado neste quadradinho de mar à beira-Europa plantado.
Frank Gruber
Trad. Catarina Rocha Lima
192 Páginas
Eis mais um típico caso de investigação – leia-se, p.f., narrativa – em Y. E fartam-se de acontecer coisas singulares que agitam a história e nos obrigam a estar-lhe atentos. Mas a superiormente extraordinária reside no intricado da trama, penteado e pontuado ao género travesti – que se transforma noutro género que não aquele em que se anunciam as personagens e primeiras cenas) de policial virado em cor-de-rosa choque, no qual o detective não serve de modelo para nada, nem pela moral, nem pelo físico (que está todo roto por causa da guerra e da má vida que levou nela), e muito menos manifesta na personalidade outras qualidades que não sejam a tenacidade, perseverança, insistência e a teimosia que raia a burrice, além de uma estranhíssima vontade de se atirar aos riscos levando por única bagagem a sorte – se calhar era descendente de portugueses! –, precisamente aquela que assiste popularmente ao ditado que dita que à criança e ao borracho, mete Deus as mãos por baixo.
No finalzinho que antecede o final romântico, cujo funciona como um anticlímax do policialeco, a justiça cumpre-se pelo modo já bastante usado e característico de Frank Gruber, nas inúmeras obras que fizeram dele um polivalente do cordel (policial, western, espionagem, aventura, guerra, foram apenas os géneros que mais cultivou): os maus são mesmo maus e nunca se esquecem disso, tão maus, tão maus mas tão maus, que até se matam uns aos outros, logo fazendo bem por mal, proporcionando assim aos bons que venham a beneficiar superlativamente com isso, tanto nas fortunas que consequentemente deles herdam, como na felicidade que detonam pelo simples facto de terem deixado de existir. Aliás, um exemplo a seguir pelas hostes do milieu e do establishment político e financeiro actual, pois evitariam sobremaneira mais despesas e desperdícios orçamentais ao "sacrificado e martirizado povo" que os elegeu ou pagou os estudos, pelo que teríamos a certeza que havia sido feita justiça pelo menos uma vez, que são somente duas coisas em vinte, que igualmente não têm abundado neste quadradinho de mar à beira-Europa plantado.
Comentários