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Mostrando postagens de 2015

O SONHO NÃO É SONHO

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O SONHO NÃO É SONHO  " Aquilo que a Glosa determinar deve ser mantido, pois nas decisões das glosas raramente se encontram erros " – Baldo, século XIII-XIV.  Quando te digo o sonho Aprendo-me contigo A escapar ao medonho E a fugir do perigo.  Que a voz se liberta Libertando-nos com ela;  Logo-logo nos desperta E acorda a "Cinderela"  – Assim tão uma, tão de repente Que o sonho, não é sonho... é gente!  Que ao dizer-te primeiro Bem antes de tudo o mais Me faço teu aio escudeiro,  Mentor de aedos e jograis;  E que nunca esquecem gratos De tanta felicidade ter, Pela Senhora cujos atos Lhe conferem são parecer – Assim tão uma, tão de repente Que o sonho, não é sonho... é gente!  Primeira de primeira lei,  Par mas de ímpar gesta;  Que a ela devo quanto sei E sem ela o saber não presta.  Que meu dizer é por si só,  Depois partilhado a eito;  Moído grão a grão sob a mó Por quem me bate o peito  – Assim tão uma, tão de repente Q

A MAGIA DO ROMANCE

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A MAGIA DO ROMANCE No deserto de onde sou e venho Encontrarmo-nos é interdito,  E públicas falas franzem o cenho Se uma mulher, por não velada, for A confidente da amada, cujo fito Íntimo é das pétalas a flor...  Porém, somos um caso de exceção: Pus burca, só para visitar-te,  E serei vendedora de arte.   Trago comigo uvas orvalhadas,  Estampas medievais, versículos Com iluminuras bem pintadas,   Figos, mel... além do chá prà infusão.  E o brocado das almofadas Foi testemunha das almas aladas Rendidas, ternas e enlaçadas, Que em espiral se soltaram do chão!   Joaquim Castanho

NÃO HÁ MAL QUE SEMPRE DURE, NEM BEM QUE NUNCA ACABE

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NÃO HÁ MAL QUE SEMPRE DURE, NEM BEM QUE NUNCA ACABE "No século XV, quando os turcos invadiram Constantinopla e derrubaram o Império Romano do Oriente, os padres da Igreja estavam a discutir assuntos teológicos." – In "O Sexo dos Anjos" e a Política Externa Portuguesa, por Tiago Moreira de Sá e Emanuel Bernardes Joaquim, jornal PÚBLICO, 22.08.2015  E de súbito, aquilo que algumas pessoas costumam dizer perde a gracinha toda... Faz «pooff!» na barreira da nossa indiferença, e escorrega por ela abaixo como um asco peganhento. O que antes parecia ser argúcia, acutilância, subtileza maquiavélica, passa a ser visto como ronha, ronceirice, manha, fuga prà frente, interesseira representação para agafanhar almejados e obscuros proventos. A simplicidade e clareza discursiva desvenda-se, afinal, como uma mancheia de lugares comuns. A sapiência e irrepreensível memória, uma simplificada mediocridade e evidente vocação para a cópia e palimpsesto. As pausas, como n

COMO, PORQUÊ E COM QUEM?

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COMO, PORQUÊ E COM QUEM?  "Não há igualdade ou justiça possíveis enquanto todas as vidas não valerem exatamente o mesmo."  In CLÁUDIA SEMEDO (Embaixadora do Ano Europeu Para o Desenvolvimento), Direito à Vida, jornal PÚBLICO , de 17.08.2015  Quando desconhecemos o que uma "coisa social" é, camuflamos a nossa ignorância acerca dela, afirmando o que ela já foi ou o que poderá vir a ser – SE . E a modinha pegou de estaca nas hostes políticas e jornalísticas. Perante a incerteza no que irá dar o 4 de outubro, inventam-se cenários e reiteram-se intenções, alinham-se baterias e pontarias, preenchem-se as linhas em branco dos programas eleitorais como quem aposta no totobola, e reza-se às padroeiras e padroeiros com bênçãos de pó-de-ser e demais sortilégios disponíveis, incluindo as sondagens habituais. Umas quantas forças a concurso, para obterem vantagens competitivas, apostam com múltiplas, esbanjando os créditos em duplas e triplas, a que dão o pomposo

E PORQUE NÃO?

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E PORQUE NÃO?  Saracoteia-me na mente A tua saia balançada,  Deslizando fugazmente Pondo-me a alma calada...  E calada pela delícia De ver-te deslizar assim,  Quase sonho e carícia Florescendo só PORQUE SIM.  Joaquim Castanho

ENQUANTO SE COME NÃO SE ASSOBIA

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ENQUANTO SE COME NÃO SE ASSOBIA Descobrir até que ponto os portugueses estão disponíveis para alinhar com as artimanhas e manhosas patranhas partidárias, e as suas coligações, fusões, agregações, plataformas e demais desenformadas formas, é a tarefa primordial para qualquer político que se preze, seja minimamente honesto, frontal, consciente, responsável e emancipado. Arrisca-se depois, é claro, a que não tenha onde votar, e muito menos qualquer "bandeirinha" para espanejar e ao abrigo da qual concorrer, seja prò que for, nomeadamente a deputado ou autarca – mas isso são outros quinhentos.  A primeira, e a mais notória, é que todos e todas são a favor da conservação da natureza, da qualidade de vida e do ambiente. Mas logo de seguida vemos que esbanjam papel a torto e a direito, conspurcam paredes, caixas de correio, paragens de autocarros, os chãos das ruas e pavilhões, com panfletos, postais, autocolantes, cartazes, jornais de campanha, programas e gracinhas

CADA ROCA COM SEU FUSO, CADA TERRA COM SEU USO

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CADA ROCA COM SEU FUSO, CADA TERRA COM SEU USO Tudo tem uma razão de ser...  Portalegre é uma cidade tão inha e coitada, que às vezes nos parece que a sua insignificância nem sequer é notada. A não ser, é claro, que um jornal ou outro dê notícias dela, e então toda a gente fica a saber que existe. Que existe, sim, mas nunca pelas boas e melhores razões; antes pelo contrário. Há pouco tempo atrás, foi por causa da escravatura que se lhe praticava dentro de portas. Foi no jornal i. Hoje foi no jornal PÚBLICO, onde se dá conta de que os mortos para irem para a terra tinham que largar uns dinheirinhos por fora, senão ficavam a apodrecer até o horário de expediente camarário lhe proporcionar as duas ou três pazadas que não se negam a ninguém ... Pagavam, não recebiam recibo por isso, e ainda ficavam em favor. E, como de costume, quem tutela os sectores em causa nada sabia sobre o assunto, promete abrir inquérito e, como habitualmente, em vez de lesar os prevaricadores lesa os

ÉLAN VITAL

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ÉLAN * VITAL Quando o ser me estremece E, cansado de não-ser, bate no fundo, Procuro em teus olhos Os olhos que me ensinaram o mundo… Então, resolutos abrem caminho, Abatem dúvidas, afastam escolhos E o mundo seco rejuvenesce; As árvores ganham cores, ramadas Viçosas, onde as aves fazem ninho E as palavras pululam em chilreada. E digo para comigo, em autocensura: «Ora!, onde o perigo, se não era nada… Porquê tal castigo, tamanha secura?!» E a verve esquecida, envergonhada Volta a fluir para irrigar o ego rotundo Como sempre fez essa mesma mirada Quando me ensinou a olhar o mundo. Joaquim Castanho *  ÉLAN VITAL, expressão criada por Bergson e que aparece sobretudo na Evolução Criadora (1907). Esta noção, enquanto impulso vital, designa o impulso fundamental da vida tal como se manifesta na evolução, inventando a partir da matéria inerte formas biológicas capazes de adaptação e tendendo para uma complexidade crescente. O impu

EXÍGUA BRISA

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EXÍGUA BRISA Todos os poemas já foram escritos. Estão é ocultos por camadas de pó… Os poetas mais sábios e expeditos Vão à tábua dos tempos soprá-los só. Seu fôlego não precisa de ser forte. Seu olhar não carece de precisão. Devem apenas ágeis arredar a morte, Enquanto os escrevem com a outra mão. Além disto é querer roubar os deuses, Tirar-lhes poderes sobrenaturais Com que a humanidade tenta às vezes Esquivar-se ao fado dos mortais. Joaquim Castanho

VER E CALAR É TÃO CRIME COMO MALTRATAR

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VER E CALAR É TÃO CRIME COMO MALTRATAR O ambiente não são coisas, não são seres, não é lugar, mas relação – relação de aprendizagem, relação de convívio, relação de trabalho, relação de cidadania, relação de lazer, relação de mercado, relação de religiosidade, etc., etc. E, não obstante todas e todos lhe reconheçam o valor de uso (quotidiano ou de propriedade), continuam sendo apenas uma rara minoria aqueles e aquelas que se preocupam com a sua importância, aperfeiçoamento e (re)qualificação, passando, exatamente por isso, salvo-conduto ao laissez-faire (público e privado) típico das atitudes político-administrativas do mundo esclavagista e mediavalesco.  A grande desculpa ou mentira social que alimenta esse status quo tem sido o subdesenvolvimento que, aliado à carência de recursos (financeiros e humanos), vai servindo de biombo da generalidade dos organismos autárquicos e das populações para se aprovisionarem de conjuntos habitacionais de sofrível qualidade que

BAILIA JOANINA

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BAILIA JOANINA Se adianta propositada A conjugação imperfeita, Numa rima bem descuidada Onde a distância s'estreita... É frevo joanino, tradição, Deambulando noite adiante, Letra nova pra velho hino Na batuta dum diletante Que aflora índole magoada Em fado de mexida função, Estendendo copo peregrino Se já a sardinha pinga no pão. Joaquim Castanho

CERTIDÃO DE ENAMORAMENTO

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CERTIDÃO DE ENAMORAMENTO   Deve haver uma lenda, um fado, um mito Onde esteja o nosso destino traçado: É que ao olhar-te, ao ver-te, acredito Que temos o futuro escrito No mais íntimo esperado. Continuo, depois destes anos todos Como desde a Escola me acontecia, A perder os sentidos, a sensatez, os modos Mal te vejo, como vendo-te, fatalmente em ti me perdia. Perdia a noção do real, e da fantasia; Perdia o pé, o equilíbrio, a certeza do gesto; Perdia a luz, tanto a da noite como a do dia, Enfim, então tudo perdia, só não perdia tudo o resto. E não perdia este prazer que tenho de sonhar Tudo, tudo trocar, nada sentir como meu Exceto o secreto pressentir que é o teu olhar O selo, o anel real, aquele que valida (a realidade) E dá garantia de verdade – e vida A todo o universo: terra, mar, sangue e céu! Daí que quando assim, nada deseje então Senão o que há em mim Quando te nomeio dentro do mito, Que me arrebata e penetra

O DOGMA É COMO A POEIRA

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O DOGMA É COMO A POEIRA: PODEM ATIRÁ-LOS AO AR QUE BAIXAM SEMPRE, E NINGUÉM EVITARÁ DEPOIS O VERMOS CLARO NOVAMENTE "Na luta pelo melhor, muitas vezes se corrompe o bom." WILLIAM SHAKESPEARE Ao contrário do que alardeiam algumas forças políticas hiperautoritárias e individualidades (anexas) atreitas ao banquetear-se continuamente com a coisa pública, só com uma segurança social robusta e sustentável é possível fazer frente aos desafios futuros gerados pelas circunstâncias adversas resultantes da insustentabilidade demográfica, da imigração crescente, do envelhecimento populacional e aumento da esperança média de vida, do esgotamento próximo de muitos recursos naturais, das alterações climáticas e do elevado abandono/fracasso escolar que desde sempre nos tem caraterizado, mas principalmente porque todos os Estados europeus se encontram (obrigatoriamente) a braços com o equilíbrio das suas balanças, redução do défice para patamares plausíveis e diminuição da

A SEGURANÇA SOCIAL É UM PILAR DA DEFESA E DA SEGURANÇA NACIONAL

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A SEGURANÇA SOCIAL É UM PILAR DA DEFESA E DA SEGURANÇA NACIONAL "Não acredito na sabedoria coletiva da ignorância individual." T. CARLYLE Com a sustentabilidade demográfica subtraída, o sistema de segurança social português ameaça ruir não num muito longo prazo, como parece que está a ser previsto pelas forças do establishment político atual, mas em poucos anos, sobretudo se atendermos ao crescente envelhecimento populacional que já lhe sacudiu forte abanão durante a primeira década deste milénio, e para o qual não foi suficiente a reversão do IVA em 2005, e muito menos as novas medidas consubstanciadas na introdução do fator de sustentabilidade para a fórmula de cálculo das pensões, a anexação de fundos profissionais e corporativos, o aumento progressivo do período contributivo, a cobrança da dívida à segurança social nem o combate à evasão contributiva, implementados por este governo e o anterior, pelo que se demonstra urgente reformar as reformas deste

ARTIGO 183

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Artigo 183.º 1.       Os deputados eleitos por cada partido ou coligação de partidos podem constituir-se em grupo parlamentar. 2.       Constituem direitos de cada grupo parlamentar: a)      Participar nas comissões da Assembleia em função do número dos seus membros, indicando os seus representantes nelas; b)      Ser ouvido na fixação da ordem do dia e interpor recurso para Plenário da ordem do dia fixada; c)       Provocar, por meio de interpelação ao Governo, a abertura de dois debates em cada sessão legislativa sobre assunto de política geral ou setorial; d)      Solicitar à Comissão Permanente que promova a convocação da Assembleia; e)      Requerer a constituição de comissões parlamentares de inquérito; f)         Exercer iniciativa legislativa; g)      Apresentar moções de rejeição do programa do Governo; h)      Apresentar moções de censura ao Governo; i)         Ser informado, regular e diretamente, pelo Governo, sobre o andamento dos principa

Se quer participar, avance para votar!

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_/|\_ Meus amigos e minhas amigas que residem e estão recenseados/as em Portugal: Eu serei um dos candidatos nas primárias do LIVRE /TEMPO DE AVANÇAR, a decorrer ainda este mês. Mas para votarem é essencial que estejam inscritos... E as inscrições terminam dia 14. É a hora! 

UMA APOSTA PELA MUDANÇA, UMA MUDANÇA PELO FUTURO

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UMA APOSTA PELA MUDANÇA, UMA MUDANÇA PELO FUTURO A autonomia e consciência cívica, responsabilidade pessoal e coletiva, a democracia direta e participada, a cidadania plena e irrevogável, o empenho e conhecimento social ou individual sobre a qualidade de vida, a biodiversidade e sustentabilidade ambiental, são as raízes fundamentais duma sociedade equilibrada e justa, emancipada e fraterna, humanizada e livre, que favoreça o são relacionamento entre nós mesmos, bem como entre nós e as outras espécies, entre a nossa e as restantes sociedades e as suas respetivas culturas. Ao invés do que alguns setores egoístas da presente conjuntura sociopolítica pretendem afirmar (no discurso) e confirmar (na prática), o ser humano não vive para a exclusiva satisfação das suas necessidades, nem para o fixado intento de ser feliz (olhando ou não a meios), embora também precise de os conseguir, quer a felicidade como os meios, em termos e patamares plausíveis e positivos, mas antes para

OS BONS MOMENTOS DAS MÁS COISAS

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OS BONS MOMENTOS DAS MÁS COISAS "«Se uma nação conta ser ignorante e livre», disse Jefferson, «espera o que nunca foi e nunca será... As pessoas nunca podem estar em segurança sem informação. Onde a Imprensa é livre, e cada homem capaz de ler, tudo está salvo.»" In ALDOUS HUXLEY Regresso ao Admirável Mundo Novo Trad. Rogério Fernandes (Pág. 78) Portalegre, enquanto cidade e enquanto capital de distrito, não pode prescindir de um órgão de comunicação social confiável e de qualidade, e que traduza os seus anseios de desenvolvimento e aspirações de progresso, assim como promova e gere a discussão ou debate público acerca deles, uma vez que "ó rama, ó que linda rama" costumeiro dos atuais (e anteriores), pode fomentar o bailarico (das vaidades e narcisismos avulsos – é certo), ou divulgar as romarias das confrarias do pacóvio para entreter mentes doídas e com soletração custosa e esforçada, por algum tempo, mas não muito, pois, mais tarde ou