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Mostrando postagens de abril, 2015

A VIDA NÃO ESTÁ PARA MONOPÓLIOS NEM HEGEMONIAS ESPECÍFICAS

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A VIDA NÃO ESTÁ PARA MONOPÓLIOS NEM HEGEMONIAS ESPECÍFICAS É da transformação dos nossos afetos, convicções e valores que nascerá a possibilidade duma relação ética entre o ser humano e a terra, a terra de cada um e cada uma, ou a nossa Terra, assente no entendimento da ecologia, tanto enquanto casa, como enquanto causa, considerando que lhe é característico proporcionar-nos o funcionamento do planeta. A moção não é de agora, pese embora nunca antes ela se tenha revelado com semelhante premência e pertinácia. Desleixámo-nos, atrasámo-nos, durante décadas, ao preteri-la. Pelo que, adiá-la se configura numa espécie de suicídio coletivo, ou genocídio global. A terra não são apenas os solos das explorações agrícolas, florestais e pecuárias, mas também uma fonte de energia que atravessa prados, vales e montanhas, animais e plantas, e se traduz em sistemas vivos e vivicantes, organicamente estruturados e com meritório perfil de consideração moral e humanitária. Porque é a vi

MARIALVISMO E PIJAMA, NEM SEQUER NA MESMA CAMA

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MARIALVISMO E PIJAMA, NEM SEQUER MESMA CAMA! As maiorias e unanimidades têm os seus dias contados. Chão que já deu uvas, e crises, e bancarrotas, e hediondos genocídios, e miséria, e assimetrias criminosas, como intolerâncias inauditas. O discurso oficial dos países desenvolvidos, como das Nações Unidas, além de convidar a uma polissemia interpretativa incontornável, mistura influências ecológicas – das quais a sustentabilidade é tão-só a mais comum... – com influências éticas, num todo discernível onde o político se revela superiormente sociológico, logo científico, matemático, estatístico, confluente e simbiótico. Ao pathos missivista e semiótico e retórico característico das grandes ideologias, sucedeu a pragmática dos particulares, dos detalhes, das identidades e das diferenças. O clique de transição entre o patológico e o pattern , entre o mórbido massificante e unificador, gerador de inaptidões e irresponsabilidades, e o cibernético fez-se através do evidente i

OPTAR VERDE É CONTRIBUIR PARA A SOLUÇÃO DA CRISE

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OPTAR VERDE É CONTRIBUIR PARA A SOLUÇÃO DA CRISE Estima-se em mais de um milhão, o número de postos de trabalho que poderão vir a ser criados, até 2030, pelos EUA, China e UE, a fim de consolidar as suas estratégias de combate às alterações climáticas, promovendo o emprego verde, quer no sector energético, como no ligado à sustentabilidade e crescimento económico, nomeadamente no capítulo das exportações verdes. Tratando-se de medidas que podem ser adotadas por todos os países é, porém, a Dinamarca quem maior empenho demonstra definindo como meta acabar definitivamente com a utilização de combustíveis fósseis no sector energético, onde é secundada pela Alemanha que estipulou obter 80 % da sua eletricidade recorrendo apenas a fontes renováveis, num período de tempo que não vai além de 2050. Contudo, se estes três países/regiões (China, UE e EUA) se propusessem produzir toda a sua energia a partir de fontes renováveis, o número de empregos a criar ultrapassaria a ordem dos

O LADO NEGRO DA ALQUIMIA

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O LADO NEGRO DA ALQUIMIA "é impossível uma leitura do obscuro , sem a sensação de nos enganarmos" in ANTÓNIO JACINTO PASCOAL A Necrópole Mediterrânica (Público, 26 de abril de 2015) A vida é um milagre universal que também aconteceu na Terra vai para quatro milhões de anos, e a que nós, humanos, apenas foi possível assistir, partilhar, viver e testemunhar, há somente 200 mil anos, qualquer coisa como uma gota de água na piscina do tempo. Durante aproximadamente 199 940 anos fizemo-lo contemplando e respeitando o equilíbrio da natureza e ecosfera, já que delas dependíamos em absoluto; porém, nos últimos 60 anos deitámo-lo por terra, quebrando-o com a nossa pegada, marca, impacto ambiental, sob a justificação de que o fazíamos para melhorar de vida, em prol do desenvolvimento e progresso, arriscando-nos a devolver o planeta ao seu estado larvar, pelo andar da carruagem, num futuro não muito longínquo, em que ela era tão-só um caos de fogo, formad

DA ÉTICA, E SUA PRÁTICA

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DA ÉTICA,  E SUA PRÁTICA.... A atribuição dum valor instrumental aos ecossistemas (unidades geradoras de biodiversidade essenciais para o funcionamento global da Terra), conduziu-nos à necessidade de repensar a atitude humana para além do seu natural convívio e relacionamento com os demais seres vivos e elementos da natureza (solo, rochas, água, condições climáticas, ar, processos geológicos e físico-químicos, etc.), a fim de melhor nos habilitarmos para estabelecer, preservar e otimizar a simbiose que com eles somos obrigados a cumprir, enquanto simples membros altamente interessados do pacto universal da vida, que quer ser eterna e que, entre as estratégias que gerou para o conseguir, uma delas, nós, a humanidade, tem tido grande êxito neste planeta. Portanto, de acordo com esta perspetiva ecocêntrica, que historicamente tem como fundador Aldo Leopoldo (1886-1948), de cujo registo inicial nos ficou A Sandy Country Almanac – Pensar Como Uma Montanha, traduzido e edi

COMO VAMOS DE CIDADANIA?

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COMO VAMOS DE CIDADANIA? “Todos nos refugiamos em formalismos. É preciso derrubar essa parede onde se esconde a ignorância, a preguiça, a promiscuidade de interesses e a cultura do favor para permitir deixar entrar a luz do sol. A luz do sol cura”, como afirmou Ricardo Sá Fernandes, em entrevista ao jornal i , de 11 deste mês. E ele tem absoluta razão nisso, além de em muita outra coisa, o que, quer queiramos, quer não, dificilmente evitaremos ter de reconhecer. O país enferma de mediocridade e salamaleque, e todos, como todas, fogem da verdade como o diabo da cruz. Embora dessa fuga não resulte a positiva mudança de atitude, pelo que me inclino mais para reconhecer que o que realmente temem não é a verdade em si, mas que ela seja divulgada, conhecida e mostrada. Ou, como diz, o povo, que às vezes não prima lá muito pelos valores da honestidade e galhardia, vergonha mesmo não é roubar, mas ser apanhado a fazê-lo. As organizações democráticas, sobretudo as que compõem

ANTES COMO DEPOIS, SE MELHORÁMOS SÓ FOI À MODA DO NÃO

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ANTES COMO DEPOIS, SE MELHORÁMOS SÓ FOI À MODA DO NÃO Ensanduichados, sacrificados, crucificados e expostos ao vexame global entre dois energúmenos comprovados, nós, os cidadãos comuns deste povo com oito séculos de História e milénios de memória, engavetado (ou encavalitado) na ponta sudoeste da Europa, que se apresta para ir às urnas, depois das férias do verão, enganado e malnutrido como qualquer rês que escapou à seca e à fome, mas não foi suficientemente expedita para mudar para melhores pastagens e condomínios, pelo que o abate se avizinha mais rentável que mantê-la viva até ao reverdejar dos campos, que eram verdes da cor do limão, mas agora só são amargos e ácidos e dão calhaus em vez de pão, talvez aumentando ainda mais o bambúrrio dos partidos do arco da governação com o laxismo usual e costumeiro com que tem justificado a habitual (e elevada) abstenção. Uns dirão que é a descrença na democracia, outros o capitalismo, aqueloutros o fado, mas todos atiram à sor

PISAR O CALCANHAR AOS AMIGOS

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PISAR O CALCANHAR AOS AMIGOS Na amizade não se acredita; a amizade sente-se. De cá para lá ou de lá para cá, por uma via com dois sentidos. Acredita-se em Deus, no diabo, nos efeitos especiais do ego ou da falta dele, na roda da sorte e do azar, como nos ecos do desespero, entre os quais o mais famoso é a esperança. Mesmo quando é a última a morrer. Traído por muitos e negado por quase todos e todas, aquele que se intitula amigo não desarma nem desiste, não vira as costas nem teme o que há de vir, ainda que não lhe reconheçam qualquer valor ou serventia. Veio para ficar em nossas vidas, instalou-se de armas e bagagem, mas só ficará até querer, embora suponhamos que esse “até” mais não seja do que um “para sempre” resumido, e ainda que a gente o rife por dez réis de mel coado, que de nutritivo e calórico nada tem além da muita água com que se lavaram as vasilhas. Julga-se insubstituível mas é descartável. E perene mesmo quando o consideramos caduco. E sacrificamo