MARIALVISMO E PIJAMA, NEM SEQUER NA MESMA CAMA
MARIALVISMO
E PIJAMA, NEM SEQUER MESMA CAMA!
As maiorias e unanimidades têm os seus
dias contados. Chão que já deu uvas, e crises, e bancarrotas, e hediondos
genocídios, e miséria, e assimetrias criminosas, como intolerâncias inauditas.
O discurso oficial dos países desenvolvidos, como das Nações Unidas, além de
convidar a uma polissemia interpretativa incontornável, mistura influências
ecológicas – das quais a sustentabilidade é tão-só a mais comum... – com
influências éticas, num todo discernível onde o político se revela
superiormente sociológico, logo científico, matemático, estatístico, confluente
e simbiótico. Ao pathos missivista e
semiótico e retórico característico das grandes ideologias, sucedeu a
pragmática dos particulares, dos detalhes, das identidades e das diferenças. O
clique de transição entre o patológico e o pattern,
entre o mórbido massificante e unificador, gerador de inaptidões e
irresponsabilidades, e o cibernético
fez-se através do evidente implantar da sociedade da comunicação e informação,
herdeira direta das anteriores sociedade de produção e sociedade de consumo. E,
não obstante algumas ilhas de resistência e inaptidão aos tempos atuais, que
apenas ilustram arquelogicamente as anteriores, o que é certo, é que ninguém
pode deixar de ver que há hoje mais conhecimento e informação a circular no
Blogspot e no Facebook do que nas Sorbones de sempre. Aquilo que os sistemas de
educação e ensino nunca conseguiram, embora o almejassem ansiosamente, como a
popularização dos pintores, cineastas, filósofos, suas correntes e doutrinas;
nomeadamente dos poetas clássicos, universais ou nacionais, que são hoje lana caprina pelas cronologias dos menos
habilitados, academicamente falando... Shakespeare, Nietzsche, Pessoa, Drummond
de Andrade, Dante, Goethe, Kafka, Camões, Florbela, Sophia, Antero, Torga,
Neruda, sendo exatamente por isso, muito
mais conhecidos agora do que foram as anedotas escatológicas e brejeiras do
Bocage há 80 anos atrás – entre nós...
Dito de outra forma: pensar que é
atualmente possível continuar com a mesma atitude face aos demais e ao ambiente
que o establishment administrativo e político cultivou e assumiu durante quase
um século, em Portugal, não só é antidemocrático como doentio (patológico,
desregrado, inadaptado), uma vez que os populares, ou cidadãos e cidadãs comuns
possuem, hoje em dia, em todas as vertentes da cultura, do conhecimento e da
civilização, maior bagagem cognitiva, mais (in)formação (geral como específica)
e mais atualizada do que o citado establishment, onde grassam a ignorância, o
desrespeito pelos Direitos do Homem e pela Constituição da República, pelos
Direitos dos Animais, pela Biodiversidade e pela Igualdade, e são apanágio, a
par do narcisismo egoísta e marcas topo de gama, a desigualdade de género, o maneirismo
afetado e a ironia de gosto medieval, ou esclavagista.
E ainda bem, porque tanto indicia que
a humanidade está a ficar mais humana de dia para dia.
Joaquim Castanho
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