Do cientismo popular...
Só Vendo!
Em Portugal ninguém dá nada, nem troca, nem avalia, nem compara – só vende. Vende a alma, vende a esperança, vende o voto, vende o conhecimento, vende a amizade, vende a companhia, vende o prazer, a noite e o dia – e até a agonia. Haja o que houver, que ninguém pergunte por ou para quê: está à venda.
Pese embora haja quem ainda insista em trautear, a propósito de tudo e de nada, o "ó tempo volta pra trás", as eleições nunca serviram, não servem, nem jamais servirão para enaltecer os passados, ideias ou tempos que sejam, mas sim para escolher os futuros; e muito menos serão qualquer boletim de totobola em que marcamos com X a equipa que achamos que irá ganhar, ou aquela que melhor castigará os adversários, sobretudo aquele que é o alvo favorito dos nossos desafetos, e a que somos afincadamente contra, pouco nos importando o porquê disso ou sequer tenhamos a certeza de ser exatamente por isso; antes sim, para eleger o projecto que melhor reaja às circunstância sócio-económicas e políticas do nosso tempo na exata medida que a sustentabilidade impõe, a qualidade de vida subscreve e a inteligência aconselha.
Mas não se pense que elas, as eleições, possam por si só, tendo os seus resultados como motor e energia, como que por decreto, que estes sejam suficientes para transformar o mau em bom, o medíocre em suficiente e o péssimo em excelente, porque isso apenas será possível se a propalada mudança também tiver incluída a alteração dos modos de agir e operar anteriormente estipulados como convenientes, a perspicácia dos diagnósticos e a forma de procurar as soluções que, por estarmos numa democracia, têm sempre e irremediavelmente em si a participação ativa do foco problemático.
Há quem estranhe o sermão, aí?
Pois bem: quem mete o coração nos negócios, raramente consegue ganhar mais do que o suficiente para sobreviver. Os portugueses nunca votam a favor de projecto nenhum principalmente porque para votar a favor de algo é necessário compreendê-lo e, ou não lho souberam explicar ou eles não foram capazes de entender, o que é certo, é que votar contra, por ódio que seja, os liberta de remorsos e de reconhecer a sua iletracia política. Logo, só saberão no que votaram quando depois lhe constatarem a prática. Então, aqui d'El Rei, mánifes prà'qui, processos prà'li e o diabo a sete, e somente porque perceberam que ao efeito em carambola da Troika não têm como escapar, e que os sacrifícios anunciados em campanha, afinal, não são como o totobola, que só sai aos outros (e desconhecidos). Desta vez é com eles, com todos nós, e ninguém tem estofo nem preparação para os fazer – aos sacrifícios – sem ganhar nada em troca. E não adianta prometerem-lhes um futuro melhor, mais democracia, mais qualidade de vida, maiores rendimentos, que não acreditam e – mesmo assim – preferem continuar a votar no só vendo!
O que, contado, ninguém acredita... (!)
Em Portugal ninguém dá nada, nem troca, nem avalia, nem compara – só vende. Vende a alma, vende a esperança, vende o voto, vende o conhecimento, vende a amizade, vende a companhia, vende o prazer, a noite e o dia – e até a agonia. Haja o que houver, que ninguém pergunte por ou para quê: está à venda.
Pese embora haja quem ainda insista em trautear, a propósito de tudo e de nada, o "ó tempo volta pra trás", as eleições nunca serviram, não servem, nem jamais servirão para enaltecer os passados, ideias ou tempos que sejam, mas sim para escolher os futuros; e muito menos serão qualquer boletim de totobola em que marcamos com X a equipa que achamos que irá ganhar, ou aquela que melhor castigará os adversários, sobretudo aquele que é o alvo favorito dos nossos desafetos, e a que somos afincadamente contra, pouco nos importando o porquê disso ou sequer tenhamos a certeza de ser exatamente por isso; antes sim, para eleger o projecto que melhor reaja às circunstância sócio-económicas e políticas do nosso tempo na exata medida que a sustentabilidade impõe, a qualidade de vida subscreve e a inteligência aconselha.
Mas não se pense que elas, as eleições, possam por si só, tendo os seus resultados como motor e energia, como que por decreto, que estes sejam suficientes para transformar o mau em bom, o medíocre em suficiente e o péssimo em excelente, porque isso apenas será possível se a propalada mudança também tiver incluída a alteração dos modos de agir e operar anteriormente estipulados como convenientes, a perspicácia dos diagnósticos e a forma de procurar as soluções que, por estarmos numa democracia, têm sempre e irremediavelmente em si a participação ativa do foco problemático.
Há quem estranhe o sermão, aí?
Pois bem: quem mete o coração nos negócios, raramente consegue ganhar mais do que o suficiente para sobreviver. Os portugueses nunca votam a favor de projecto nenhum principalmente porque para votar a favor de algo é necessário compreendê-lo e, ou não lho souberam explicar ou eles não foram capazes de entender, o que é certo, é que votar contra, por ódio que seja, os liberta de remorsos e de reconhecer a sua iletracia política. Logo, só saberão no que votaram quando depois lhe constatarem a prática. Então, aqui d'El Rei, mánifes prà'qui, processos prà'li e o diabo a sete, e somente porque perceberam que ao efeito em carambola da Troika não têm como escapar, e que os sacrifícios anunciados em campanha, afinal, não são como o totobola, que só sai aos outros (e desconhecidos). Desta vez é com eles, com todos nós, e ninguém tem estofo nem preparação para os fazer – aos sacrifícios – sem ganhar nada em troca. E não adianta prometerem-lhes um futuro melhor, mais democracia, mais qualidade de vida, maiores rendimentos, que não acreditam e – mesmo assim – preferem continuar a votar no só vendo!
O que, contado, ninguém acredita... (!)
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