O Novo emboçado
O Desavanço do Século XXI
O NOVO EMBOÇADO
Acontece sempre que a cor se oculta
Entre as estevas da madrugada arguta
Que o rosáceo timbre da rosa resoluta
Ao desmaiar na sombra se afirma gruta…
Ponto cardeal interno ao ser se tumultua
E manifesta temido sob a eleita e astuta
Sagacidade da ignara tribo cuja conduta
Remonta às profundidades da ímpia luta.
A uns, que sabida é a ambiciosa receita
Tomam o poder para a outros aplicarem;
E na noite se afoitam como secreta seita
Que aos homens humilham dizendo serem
A salvação na opressão que só lhes querem
Dar; triste fado o de quem a si se enjeita!
(Joaquim Castanho, 12.06.2011)
É ensurdecedora a atitude amuada dos políticos "partidaristas" face à comunicação social depois das eleições de 5 de Junho.
Não restam portanto dúvidas que, além dos quarenta e tal porcento de abstenções, mais os 75 mil nulos, incluindo as mensagens jocosas neles contidas, ficámos mais ou menos todos suficientemente esclarecidos do que pensa a maioria dos portugueses acerca dos políticos que tem e das políticas que implementaram na portugalidade continental e adjacente: que são uma camada inútil e adversa ao desenvolvimento, não servindo a ninguém que se preze, ou que apenas se serviram até hoje a eles próprios e aos partidos que os catapultaram para a ribalta da orgia orçamental.
Mas não só. Há também quem não perceba muito bem como é que as figuras políticas que melhor foram servidas, e se serviram dos órgãos de comunicação social para fazerem a sua propaganda e campanha eleitoral, venham agora, que já foram eleitos ou deseleitos, fechar-se em copas sobre uma avaliação consequente, ou quanto às suas vidas e projectos futuros. Será que se mantém acesa essa ideia brejeira de antanho que a comunicação social é tão-só-e-unicamente uma prostituta que deve estar sempre à mão dos interesses dos poderosos para lhes satisfazer e sublimar as necessidades do ego em alter coudeladas? E que a opinião pública aquela turba de incautos em cujos ninhos quaisquer cucos podem depositar os seus ovos para lhes aumentar a geração?
Infelizmente a resposta a ambas as perguntas avizinha-se-nos óbvia: sim. Sobretudo porque em Portugal se vai enraizando a tradição de votarem somente aqueles que mais desinformados estão e menos habilitações têm. E mesmo desses, apenas os que não tiveram dinheiro ou para onde ir durante o fatídico fim de semana do escrutínio. Até os que anteriormente acharam piada ao rezingar loução, lhe viraram as costas ou fizeram manguito por este se ter posto de fora das negociações da Troika – estava lá para trabalhar, e faltou ao emprego, dizem...
Depois, o toque a rebate do CDS e do PCP surtiu o efeito desejado, por temerem a emergência dos Tiriricas e Zé Manéis, que coelhos há muitos embora nem a todos se lhe possa tirar a pele do mesmo jeito: votaram todos e, como são dos portugueses os mais endinheirados, até deram gorjeta aos que lhe seguiram o exemplo.
Portanto, enquanto não for instituído o voto electrónico em Portugal e a Democracia estiver nas mãos dos que assinam de cruz, podemos tirar da ideia querer implantar a democracia da participação e da cidadania neste litoralzinho que o mar vai comento aos poucos e onde os senhores feudais se aliviam nas arribas da cagança à vista de todos e sem o mínimo recato ou pudor. Porque qualquer passo dado em frente será sempre feito em direção ao abismo seguinte.
Então, um dia, veremos que patinhámos no Fundo do fundo quando quisemos caminhar... Porém, não haverá Troika que nos dê a mão, nem lama (corrupção) em que enterrar as botas para ensaiar os passos. E aí, sim, aí, nem o Camões nos há de salvar. Nem o Futre!
O NOVO EMBOÇADO
Acontece sempre que a cor se oculta
Entre as estevas da madrugada arguta
Que o rosáceo timbre da rosa resoluta
Ao desmaiar na sombra se afirma gruta…
Ponto cardeal interno ao ser se tumultua
E manifesta temido sob a eleita e astuta
Sagacidade da ignara tribo cuja conduta
Remonta às profundidades da ímpia luta.
A uns, que sabida é a ambiciosa receita
Tomam o poder para a outros aplicarem;
E na noite se afoitam como secreta seita
Que aos homens humilham dizendo serem
A salvação na opressão que só lhes querem
Dar; triste fado o de quem a si se enjeita!
(Joaquim Castanho, 12.06.2011)
É ensurdecedora a atitude amuada dos políticos "partidaristas" face à comunicação social depois das eleições de 5 de Junho.
Não restam portanto dúvidas que, além dos quarenta e tal porcento de abstenções, mais os 75 mil nulos, incluindo as mensagens jocosas neles contidas, ficámos mais ou menos todos suficientemente esclarecidos do que pensa a maioria dos portugueses acerca dos políticos que tem e das políticas que implementaram na portugalidade continental e adjacente: que são uma camada inútil e adversa ao desenvolvimento, não servindo a ninguém que se preze, ou que apenas se serviram até hoje a eles próprios e aos partidos que os catapultaram para a ribalta da orgia orçamental.
Mas não só. Há também quem não perceba muito bem como é que as figuras políticas que melhor foram servidas, e se serviram dos órgãos de comunicação social para fazerem a sua propaganda e campanha eleitoral, venham agora, que já foram eleitos ou deseleitos, fechar-se em copas sobre uma avaliação consequente, ou quanto às suas vidas e projectos futuros. Será que se mantém acesa essa ideia brejeira de antanho que a comunicação social é tão-só-e-unicamente uma prostituta que deve estar sempre à mão dos interesses dos poderosos para lhes satisfazer e sublimar as necessidades do ego em alter coudeladas? E que a opinião pública aquela turba de incautos em cujos ninhos quaisquer cucos podem depositar os seus ovos para lhes aumentar a geração?
Infelizmente a resposta a ambas as perguntas avizinha-se-nos óbvia: sim. Sobretudo porque em Portugal se vai enraizando a tradição de votarem somente aqueles que mais desinformados estão e menos habilitações têm. E mesmo desses, apenas os que não tiveram dinheiro ou para onde ir durante o fatídico fim de semana do escrutínio. Até os que anteriormente acharam piada ao rezingar loução, lhe viraram as costas ou fizeram manguito por este se ter posto de fora das negociações da Troika – estava lá para trabalhar, e faltou ao emprego, dizem...
Depois, o toque a rebate do CDS e do PCP surtiu o efeito desejado, por temerem a emergência dos Tiriricas e Zé Manéis, que coelhos há muitos embora nem a todos se lhe possa tirar a pele do mesmo jeito: votaram todos e, como são dos portugueses os mais endinheirados, até deram gorjeta aos que lhe seguiram o exemplo.
Portanto, enquanto não for instituído o voto electrónico em Portugal e a Democracia estiver nas mãos dos que assinam de cruz, podemos tirar da ideia querer implantar a democracia da participação e da cidadania neste litoralzinho que o mar vai comento aos poucos e onde os senhores feudais se aliviam nas arribas da cagança à vista de todos e sem o mínimo recato ou pudor. Porque qualquer passo dado em frente será sempre feito em direção ao abismo seguinte.
Então, um dia, veremos que patinhámos no Fundo do fundo quando quisemos caminhar... Porém, não haverá Troika que nos dê a mão, nem lama (corrupção) em que enterrar as botas para ensaiar os passos. E aí, sim, aí, nem o Camões nos há de salvar. Nem o Futre!
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