Fundação, de Isaac Asimov

Fundação
Isasc Asimov
Trad. J. Santos Tavares

Após a descoberta da Psico-História, o Império Galáctico encontra-se à beira de uma ruptura irremediável e que pode atingir um grau definitivo e derradeiro. Em vista disso, Trantor, o planeta-nação sede, decide exportar a sua comunidade universitária para dos planetas desabitados nos extremos opostos da Galáxia: Terminus e Fundação. Neste último, que foi delineado como o refúgio científico, ou meio pelo qual a ciência e cultura do Império (moribundo) seriam preservadas, através dos séculos de barbárie, então começados, estabelecendo-se para isso, como estratégia de relacionamento entre os planetas-nações circunvizinhos, uma atitude missionária do conhecimento, formando aquilo que poderemos denominar, de autêntica Religião da Ciência. Pelo que será no seu seio que se fundamentarão as bases do II Império, numa aposta desesperada – mas decidida – para garantir a sobrevivência da humanidade e o equilíbrio do universo.
Contudo, essa tentativa nem sempre é convenientemente entendida por todas as nações dos confins, entre as miríades de estrelas mais, ou menos, acesas no azul da razão imperial. Há reacções pouco positivas que obrigam os principais protagonistas a chegar a vias de facto. E num desses confrontos (Anacreonte versus Fundação) se exemplifica sobremaneira como, no futuro, Atenas pode voltar a vencer Roma, opondo a subtileza das artes, do conhecimento, da técnica e da inteligência, à força embrutecida dos exércitos. Indo mesmo muito além (do modelo histórico), instituindo uma nova ordem, assente no ecletismo dos seus mestres e propagandistas, fomentando o mercantilismo inter-estelar, investindo na civilização para daí colher significativos lucros, igualmente legítimos, porquanto eclodem do conhecimento semeado.

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