John Dickson Carr versus Carter Dickson
Diz, ou melhor, disse John Dickson Carr acerca de si próprio, como entrada, aperitivo, para a edição portuguesa do Lord of Sorcerers, que a Colecção O Escaravelho de Ouro, em tradução de M. da Motta Cardoso, e capa de Rosa Duarte, publicou em 6º número, como Aviso Sinistro, em 1950, serem duas as personagens fulcrais na sua obra: o Dr. Gildeon Fell – para os livros assinados com o seu verdadeiro nome – e Sir Henry Merrivale, ou mais simplesmente H. M., que pontificaria nas obras de Carter Dickson, o seu "alter ego". O que faz com que sejam as personagens principais (os protagonistas) a estabelecerem a diferença fundamental entre dois nomes de génese idêntica e para o mesmo género (o policial), onde os estilos comuns a ambos se cruzam numa titulagem igualmente próxima (v.g., O Barbeiro Cego, O Enigma da Virgem de Ferro, O Sinal do Morto, O Oito de Espadas – de John Dickson Carr; ou Desafio à Polícia, Os Crimes da Viúva Vermelha, 5 Caixas = Morte, Desafio ao Leitor, A Morte de Uma Dama, Crime no Jardim Zoológico, Repouso Mortal, A Flecha Assassina, Crime e Frustração, Nove e a Morte São Dez – de Carter Dickson) que, além daqueles cujas capas se apresentam aqui, se incluem na sua vasta bibliografia (com tradução portuguesa), salvo aquelas excepções mais ou menos encafuadas e desaparecidas nos recantos fundos dos tempos ou nas escondidas prateleiras das mais esconsas alfarrabarias.
Nascido em 1898, em Uniontown, Pennsylvania, EUA, acompanha com oito anos o pai a Washington, onde este se veio depois a instalar após a eleição para membro do Congresso, oportunidade que lhe facultou o despertar para os clássicos (Shakespeare e Tennyson), convive com outros congressistas, colegas de seu pai, entre os quais Thomas Heflin, Pat Harrison e Claude Kitchen, guardando desse tempo, como uma das suas melhores recordações, o facto de o presidente Woodrow Wilson o ter tratado pelo seu nome verdadeiro e completo – John Dickson Carr –, depois de o ter ouvido dizer versos do Child Harold, de Lord Byron.
Aos catorze anos já escrevia contos policiais, recheados de crimes, tão hediondos quão inverosímeis, sanguinolentos e de impenetráveis mistérios, até para ele próprio insolúveis, que foram repetidamente rejeitados pelos jornais e revistas da época. Mas o seu primeiro livro com honras de prelo e letra de forma, foi, todavia, um romance histórico, de capa e espada, em 1920, data a partir da qual se iniciou uma prolífera e criadora actividade de escrita, no género policial, cuja primeira obras foi o It Walkes by Night, em jeito de homenagem sincera a todos os polícias que conhecera como pelos seus "silenciosos mas magníficos esforços na luta contra o crime". Enfim, um exemplo de gratidão.
Nascido em 1898, em Uniontown, Pennsylvania, EUA, acompanha com oito anos o pai a Washington, onde este se veio depois a instalar após a eleição para membro do Congresso, oportunidade que lhe facultou o despertar para os clássicos (Shakespeare e Tennyson), convive com outros congressistas, colegas de seu pai, entre os quais Thomas Heflin, Pat Harrison e Claude Kitchen, guardando desse tempo, como uma das suas melhores recordações, o facto de o presidente Woodrow Wilson o ter tratado pelo seu nome verdadeiro e completo – John Dickson Carr –, depois de o ter ouvido dizer versos do Child Harold, de Lord Byron.
Aos catorze anos já escrevia contos policiais, recheados de crimes, tão hediondos quão inverosímeis, sanguinolentos e de impenetráveis mistérios, até para ele próprio insolúveis, que foram repetidamente rejeitados pelos jornais e revistas da época. Mas o seu primeiro livro com honras de prelo e letra de forma, foi, todavia, um romance histórico, de capa e espada, em 1920, data a partir da qual se iniciou uma prolífera e criadora actividade de escrita, no género policial, cuja primeira obras foi o It Walkes by Night, em jeito de homenagem sincera a todos os polícias que conhecera como pelos seus "silenciosos mas magníficos esforços na luta contra o crime". Enfim, um exemplo de gratidão.
Comentários
Tem, por acaso, alguma informação sobre a Rosa Duarte (ou, eventualmente, o Rosa Duarte, caso Rosa seja apelido) que assina as capas que aqui reproduz da colecção O Escaravelho de Ouro?
Tenho a colecção completa e gosto muito das capas, embora prefira as do Roberto de Araújo (mas esse sei quem é). Dos 40 títulos da colecção, 22 têm capas da Rosa Duarte, 17 de Roberto Araújo e 1 do Marcelino Vespeira.
Sou jornalsita e estou a pensar escrever um artigo sobre a colecção.
Também sou fã do John Dickson Carr, e um dos meus livros preferidos é A Bengala de Estoque, que tenho na mesma edição que aqui aparece.
Obrigado e um abraço,
luís miguel queirós
Tem, por acaso, informações sobre o ou a Rosa Duarte (Rosa pode ser apelido) que assina as capas dos livros da col. O Escaravelho de ouro que aqui reproduz?
Tenho a col. completa e gosto muito das capas. Dos 40 títulos da col., 22 têm capas de Rosa Duarte, 17 de Roberto Araújo (são as minhas preferidas, mas esse sei quem é)e 1 de Marcelino Vespeira.
Sou jornalista e estou a pensar escrever um artigo sobre a colecção.
Já agora, também sou fã do J. D. Carr/Carter Dickson, e em particular de A Bengala de Estoque, que tenho na mesma edição que aqui aparece.
Se me puder adiantar alguma coisa sobre a/o Rosa Duarte, agradeço.
Um abraço,
Luís Miguel Queirós