Leitura do mês - Sugestão Livre da Biblioteca READCOM
O Estranho Caso do Cão Morto
Mark Haddon
O nome do narrador é uma metáfora – Christopher, ou Cristóvão, padroeiro dos jornalistas, almocreves e carroceiros –, e significa aquele que transportou Cristo, cujas origens nos transportam, a nós, a S. Cristóvão que carregou como o Messias às costas para que este atravessasse um rio, daqueles rios não atreitos a milagres, nem permitia que lhe caminhassem sobre as águas, com ou sem pranchas de surf. E é um ser a quem as pessoas confundem por duas razões: porque falam, falam, sem usar quaisquer palavras e porque quando as usam dão-lhe sempre outro sentido que não aquele que vulgarmente têm, fazendo delas metáforas. Daí que a vida para ele seja um enigma, um complicado puzzle onde apenas a matemática é capaz de fornecer algumas soluções.
Mas... Que digo eu? Um enigma!... Dois, quatro, cinco, sete, oito, pelo menos dez, e limpinhos. Sem ossos nem espinhas! Excepto quando ela é, de caras, a vida de outrem. E então deixa de ser sorrateiramente um enigma duas enormes dificuldades de comunicação e relacionamento. A primeira que nos desinquieta pelos nossos limites e incapacidades; a segunda, por nos irritarmos ao reconhecê-los, e reconhecê-las, agindo e pensando estranhamente, tão confusos e equívocos, que esse outrem e nós mesmos, por mais que nos esforcemos, não nos consegue perceber e muito menos nos percebemos. Inquietamos e desinquietamo-nos simultaneamente. Ora Christopher Boone é uma criança talentosa e genial, que no ver do autor é uma criança especial, sim disse especial, e não deficiente mental como é costume dizerem em Portugal, sobretudo aqueles e aquelas que sobrevivem à custa deles, alguns até com formação superior… Ou será que seria melhor dizer inferior?... É caso para se pensar! E fazer.
Mark Haddon
O nome do narrador é uma metáfora – Christopher, ou Cristóvão, padroeiro dos jornalistas, almocreves e carroceiros –, e significa aquele que transportou Cristo, cujas origens nos transportam, a nós, a S. Cristóvão que carregou como o Messias às costas para que este atravessasse um rio, daqueles rios não atreitos a milagres, nem permitia que lhe caminhassem sobre as águas, com ou sem pranchas de surf. E é um ser a quem as pessoas confundem por duas razões: porque falam, falam, sem usar quaisquer palavras e porque quando as usam dão-lhe sempre outro sentido que não aquele que vulgarmente têm, fazendo delas metáforas. Daí que a vida para ele seja um enigma, um complicado puzzle onde apenas a matemática é capaz de fornecer algumas soluções.
Mas... Que digo eu? Um enigma!... Dois, quatro, cinco, sete, oito, pelo menos dez, e limpinhos. Sem ossos nem espinhas! Excepto quando ela é, de caras, a vida de outrem. E então deixa de ser sorrateiramente um enigma duas enormes dificuldades de comunicação e relacionamento. A primeira que nos desinquieta pelos nossos limites e incapacidades; a segunda, por nos irritarmos ao reconhecê-los, e reconhecê-las, agindo e pensando estranhamente, tão confusos e equívocos, que esse outrem e nós mesmos, por mais que nos esforcemos, não nos consegue perceber e muito menos nos percebemos. Inquietamos e desinquietamo-nos simultaneamente. Ora Christopher Boone é uma criança talentosa e genial, que no ver do autor é uma criança especial, sim disse especial, e não deficiente mental como é costume dizerem em Portugal, sobretudo aqueles e aquelas que sobrevivem à custa deles, alguns até com formação superior… Ou será que seria melhor dizer inferior?... É caso para se pensar! E fazer.
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